A greve dos trabalhadores dos Correios chega, nesta sexta-feira (12), ao quarto dia. E durante audiência de negociação ontem (12), no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília, a categoria decidiu analisar a proposta patronal. Mas garantiu que a greve continua até a próxima terça-feira (17), quando será realizada uma assembleia geral em todo o Brasil.
O ministro Mauricio Godinho Delgado, do TST, propôs a suspensão da greve o mais rápido possível e, em contrapartida, a manutenção dos termos do último Acordo Coletivo de Trabalho e do plano de saúde para os pais dos empregados até o dia 2 de outubro, quando haverá o julgamento do dissídio.
O TST também deferiu parcialmente o pedido de liminar formulado pela ECT e determinou, de imediato, que, durante a greve, 70% dos empregados e dos serviços estejam em atividade. O descumprimento da decisão acarretará em multa diária de R$ 50 mil. No pedido de liminar, a empresa pretendia a manutenção de, pelo menos, 90% das atividades.
A proposta será votada pelos empregados na próxima assembleia, data-limite estabelecida pelo relator para a suspensão da greve.
Greve dos Correios
Os Correios rejeitaram uma mediação com funcionários feita pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). É a primeira vez que uma empresa fecha as portas, de forma unilateral, em negociação capitaneada pela corte e com a decisão, sindicalistas deflagrara greve. A categoria é contra a privatização dos Correios, medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A mediação foi na semana passada (4) e a decisão foi tomada após assembleias dos trabalhadores, que buscam reajuste salarial pela inflação, de 3,43%, e a manutenção de benefícios, como ter os pais como dependentes no plano de saúde e coparticipação de 30%; continuidade de percentual de férias em 70% e vales alimentação e refeição.
O principal desentendimento está no plano de saúde pago a mães e pais de funcionários dos Correios. No ofício, a empresa afirmou que gasta por ano mais de R$ 500 milhões com planos de saúde desses dependentes. A empresa disse ainda que precisa cortar gastos com a folha para manter os serviços. Segundo os Correios, os salários consomem R$ 12 bilhões por ano, ou 62% do custo operacional.