1 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

A falência do sistema público e a saliência dos planos de saúde

A partir de junho, clientes de planos de saúde deverão pagar franquia ou coparticipação pelo uso do serviço.

Se você tem a sensação de que estamos vivendo num país onde as leis, a cada dia, são reformuladas em prejuízo ao cidadão, prepare-se que lá vem mais uma pancada. Desta vez revestindo as novas normas que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está prestes a lançar, e que certamente deixarão os planos de saúde ainda mais onerosos e inalcançáveis para o cidadão.

O que vem por aí? A partir do segundo semestre deste ano, as operadoras de planos de saúde poderão cobrar dos segurados – que já pagam caro (e bem caro) para garantir assistência médica e hospitalar sem ter que morrer na fila do SUS – um valor de franquia pelo uso dos serviços. O modelo é similar ao que já é adotado no mercado de seguros de veículos: Paga-se caro pelo seguro, e na hora que precisa, paga-se uma franquia, que tem se tornado cada ano mais alta, diga-se de passagem.

O normativo deve ser publicado até o mês de junho, e já passa a valer. No começo, esses mecanismos não serão obrigatórios, mas isso é só o começo. A isca para o consumidor é oferecer mensalidades mais baratas a quem optar pelo plano de coparticipação ou pelo sistema de franquia.

No novo modelo formulado, há também a opção da coparticipação (já adotado por alguns planos de saúde). O usuário paga uma parcela dos custos de exames, consultas e outros procedimentos, toda vez que usar o plano de saúde.

As operadoras acreditam que isso vai regular o uso, evitando desperdícios na utilização excessiva dos serviços de saúde, pelo usuário do plano. A ideia segundo revelou o economista-chefe da Associação Brasileira de Planos de saúde (Abramge), em reportagem do Estadão, é que com essa “divisão de custos” com o cliente, evite “ir a um médico, fazer exames e depois decidir ir a outro médico para uma segunda opinião e repetir todos os exames”. (Peraê… Estão querendo nos tirar o direito de uma segunda opinião sobre um diagnóstico de saúde!?)

O assunto é polêmico. Entidades de defesa do consumidor acham que essas novas modalidades vão trazer prejuízo aos segurados. Eu não tenho a menor dúvida disso!

Querem um conselho? Comecem a poupar saúde, porque com essas mudanças, quem mais vai gastar são os mais necessitados – pacientes idosos ou com doenças graves, que mais precisam utilizar o plano de saúde.

Acode aí! Alguém pode tirar essas mãos usurentas do meu bolso!