No novo final de semana, três estreias no grande circuito das salas alagoanas. Destaque para o nacional ‘O Vendedor de Passados’. Repleto de reviravoltas (talvez reviravoltas até demais), temos aqui um longa protagonizado por Lázaro Ramos no papel de Vincente, alguém que, literalmente, vende passados. Se por algum motivo você quer surmir, apagar registros de sua vida, para poder “nascer” novamente sem dever nada a ninguém, ele é seu cara.
O problema começa quando a personagem de Alinne Morais, que não apresenta seu verdadeiro nome nem mesmo para Vincente, quer uma nova vida com um detalhe peculiar: ela quer, no passado dela, que se inclua um crime na ficha corrida da identidade a ser criada. É bom pra variar acompanhar um (bom) filme nacional que não seja comédia, que não seja romance, mas mesmo tendo sido pego de surpresa com a temática do filme, sofri com o excesso de reviravoltas na trama. Algumas sem sentido até, outras forçadas demais. Mas isso falo apenas para ter um contraponto: a edição com imagens do passado, a atuação dos protagonistas e a temática em si do roteiro são muito bons. Seu destaque entre estreia é merecido.
Queria eu poder colocar este posto para ‘Poltergeist – O Fenômeno’, o remake de uma família que sofre com assombrações e a maior vítima é a filha caçula. Mas não dá. Talvez por já termos muitos filmes de casas assombradas, talvez por ter muito efeito especial, ou então por não ser o original de 1982: não senti neste remake algo que o fizesse destacar hoje em dia. Aquela clássica produção de Steven Spielrberg motivou o maior susto que já tive no cinema, tudo por causa de um maldito palhaçao de brinquedo. Desta vez, nada. Vai ver a nostalgia me atingiu, mas não sou muito fã de filmes de terror carregados em efeitos especiais. Às vezes, o que mais nos assusta é aquilo que não vemos, o que apenas fica sugerido. Neste de 2015? Nós vemos talvez até demais. Tendo dito isso, se gostas de filme de terror e não viu o original, definitivamente deve assistir. A marca Poltergeist não é de se jogar fora.
E finalmente, sem nos afastar do tema “falta de originalidade”, encerro com ‘A Íncrivel História de Adaline’. Não é necessariamente ‘O Curioso Caso de Benjamin Button’ (filme com Brad Pitt em que ele “envelhece ao contrário”), mas é nesta tocada e semelhante ainda a dos vampiros imortais… No filme, Adaline (Blake Lively) sofreu um acidente de trânsito e por algum motivo parou de envelhecer. Ficará eternamente jovem, com a cara dos 29 anos, tendo que lidar com aquela situação peculiar: seus amigos, seus conhecidos, envelhecem de maneira diferente à dela. É, essencialmente, um romance com um artifício diferente para tentar se diferenciar dos demais, mas sem sucesso. Ao menos esse tem Harrison Ford no elenco.
E é assim: um bom trilher nacional, o remake de um filme de terror e o romance de uma mulher que não envelhece. Qual sua pedida?