7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

ALE: CRP precisou esclarecer sobre panfleto orientado a usuários de drogas

Presidente do Conselho Regional de Psicologia afirmou que proposta tinha o sentido de levar para a sociedade uma outra perspectiva e que houve um processo de explicação para cada pessoa abordada

Nesta quinta (28), deputados e representantes do Conselho Regional de Psicologia (CRP/AL) se reuniram para debater sobre o panfleto distribuído, na última sexta-feira, durante o Jaraguá Folia. O tema gerou polêmica durante a sessão plenária de quarta-feira.

Os parlamentares foram unânimes ao avaliar como negativa a forma de abordagem feita pelo CRP/AL na distribuição do material informativo durante as prévias carnavalescas.

Ao final da reunião ficou definido que, tão logo as Comissões Temáticas da Casa estejam compostas, será realizada uma audiência pública para discutir a problemática das drogas no Estado.

“Tivemos essa reunião para que pudessem pretar explicações. E ficou bem claro que o objetivo principal (do CRP/AL) foi de fazer a política de redução de danos em relação aos dependentes químicos. Tão logo a Comissão de Saúde seja instalada, iremos fazer visitas aos diversos atores e, posteriormente uma discussão sobre a problemática das drogas e afins”. Léo Loureiro (PP), deputado que convocou a reunião.

A presidente da entidade, Laelza Farias, explicou que a proposta tinha o sentido de levar para a sociedade uma outra perspectiva sobre o uso de drogas. Ela explicou também que durante a distribuição houve um processo de explicação para cada pessoa abordada.

“Esse diálogo foi importante porque a gente pode aproximar posições, dizer o que estava pensando e alinhavar para o futuro algumas atividades que podem ser feitas pela Casa de Tavares Bastos, em prol da saúde mental da população alagoana, que esse também é o nosso interesse”. Laelza Farias, gestora do CRP/AL.

A reunião contou com a participação dos deputados Bruno Toledo (PROS), Cabo Bebeto (PSL), Davi Davino Filho (PP), Dudu Ronalsa (PSDB), Galba Novaes (MDB), e as deputadas Flávia Cavalcante (PRTB), Fátima Canuto (PRTB), Angela Garrote (PP) e Jó Pereira (MDB).

Panfleto

Reconhecer que as pessoas vão utilizar drogas e apresentar medidas de segurança para que sejam consumidas sem estragos maiores é muito diferente de fazer apologia ou incentivo ou consumo.

Sem varrer o problema pra debaixo do tapete, e ciente de que há usuários de drogas, o panfleto não tinha caráter de combate a entorpecentes, ou mesmo incentivo: era um controle e redução de danos.

É uma questão de saúde pública. A redução de danos evita contaminações entre usuários, como HIV. É impedir que o usuário que não vai parar de usar ao menos não tenha mais problemas de saúde, que não utilize mais do SUS. Ou até mesmo evitar problemas a terceiros, como os que se drogam e assumem o volante.

Apesar disso, na sessão do dia 27, foi sugerido até mesmo encaminhar uma denúncia à Polícia Federal contra Conselho Regional de Psicologia, além das notas de repúdio. O que o CRP foi apenas reconhecer a existência do problema. Que a ALE e seus deputados aprimorem, consigam recursos e realizem medidas que eles acreditam funcionar.