6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Após 25 minutos e 3 mudanças na CCJ, Previdência segue para reta final no Senado

Se aprovada, a reforma será promulgada pelo Congresso Nacional em uma sessão especial

A presidente da CCJ, Simone Tebet, e o relator da reforma, Tasso Jereissati, na reunião desta terça
Marcos Oliveira/Agência Senado
Fonte: Agência Senado

Os senadores na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovaram três sugestões de modificação no texto da reforma da Previdência, que será votado ainda hoje em segundo turno pelo plenário do Senado. A reunião da comissão aconteceu na manhã desta terça-feira (22) e durou aproximadamente 25 minutos, graças a um acordo entre governo e oposição para liberar uma votação simbólica.

As mudanças, no entanto, não alteram questões essenciais da reforma da Previdência. Como a PEC já foi aprovada em primeiro turno, de acordo com o processo legislativo, não é possível inserir trechos, apenas retirar trechos ou fazer ajustes de redação. Outras mudanças desse tipo ainda poderão ser apresentadas no plenário.

Alterações

O relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) acatou as propostas para alterar a redação ou retirar pontos do texto, de Paulo Paim (PT-RS) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), congressistas da oposição, e do líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

A proposta de Paim altera o texto da PEC e determina, para fins de aposentadoria especial, que serão contemplados os trabalhadores “cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos, que sejam prejudiciais à saúde”. Antes, o texto incluía a palavra “nocivos”.

A emenda protocolada por Randolfe, líder da oposição, faz uma correção pontual para garantir segurança jurídica no dispositivo que estabelece o somatório da idade e do tempo de contribuição. A proposta de Bezerra, por sua vez, faz com que alguns pontos da PEC possam ser aplicados a estados e municípios sem a necessidade de aprovação de leis em Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores.

Menos economia

O segundo turno no plenário é a etapa decisiva da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) defendida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para aprová-la, são necessários 49 votos dos 81 membros do Parlamento.

Do jeito como está, a economia calculada com a reforma da Previdência é de R$ 800 bilhões. A meta inicial do ministro da Economia, Paulo Guedes, era garantir R$ 1 trilhão em dez anos, porém o texto sofreu várias modificações durante a tramitação no Congresso e acabou reduzindo a estimativa.

Se aprovada, a reforma será promulgada pelo Congresso Nacional em uma sessão especial. Somente após a promulgação, as regras passam a valer. Ainda não há data definida para isso.

Reforma

Veja as principais mudanças definidas pela reforma da Previdência:

  1. Idade mínima para se aposentar:
    62 anos para mulheres e 65 anos para homens
  2. Tempo mínimo de contribuição:
    15 anos para mulheres e homens (20 anos para homens que começarem a trabalhar depois que a reforma começar a valer)
  3. Cálculo do valor da aposentadoria:
    mulheres terão que contribuir por 35 anos para conseguir 100%; homens, por 40 anos
  4. Cálculo da média dos salários:
    média será calculada com base em 100% dos salários; hoje são usados só os 80% maiores salários desde 1994 e descartados os 20% menores
  5. Servidores públicos:
    mulheres podem se aposentar aos 62 anos e homens, aos 65 anos, ambos com mínimo de 25 anos de contribuição, 10 anos no serviço público e 5 anos no mesmo cargo
  6. Transição:
    quem está no mercado de trabalho pode entrar em uma das regras de transição para se aposentar antes
  7. Novo cálculo do valor da pensão por morte:
    50% da aposentadoria mais 10% por dependente, mas não pode ser menor que um salário mínimo