Na recepção da emergência Unimed Maceió, um cidadão rompe o silêncio, como se surgisse do nada, e grita em tom exaltado: “Olha aqui, vocês. Quem chega com recém nascido tem direito de ser atendido de imediato. Mas essa moça aqui não quer fazer seu serviço, está com preguiça de trabalhar”. Não se ouvira, antes, nenhum tipo de discussão. E não havia, para ser justa, nenhuma atendente papeando no momento. A alteração foi porque a recepcionista, que tinha à sua frente uma fila de atendimento, orientou o cidadão que acabara de chegar, a pegar uma senha.
A partir daí foi uma sequência de insultos e humilhações contra a funcionária que tentava realizar seu trabalho. Incomodadas, algumas pessoas cederam a vez, na tentativa de acalmar o dito cidadão e cessar aquela cena constrangedora, mas ele só queria arrotar arrogância e mostrar à plateia a sua suposta importância. “Trabalhe caladinha, faça logo o seu serviço, não abra a boca”; “sou eu que pago seu salário e sustento seu emprego” e culminou com o clássico “Você sabe com quem está falando?”.
Em alguns minutos, exibe, como um troféu da sua ‘valentia”, a ficha de atendimento – conquistada na marra, à custa de grosseria e da concessão de outros pacientes, inclusive igualmente prioritários como o seu bebê. “Aqui, tão vendo? Se todos vocês fizessem isso, não precisariam estar aí, esperando”.
Houve reação.
– O seu direito não elimina o dever de tratar as pessoas com respeito.
– E nem inclui o direito de humilhar a trabalhadora que lhe atendente”.
É assim.
SOLIDARIEDADE
Do sujeito arrogante e prepotente, não consegui saber o nome – apesar de ter ficado bem curiosa. Mas da funcionária da Unimed que o atendeu, pelo equilíbrio e profissionalismo com que lidou com a situação, fiz questão de anotar o nome que constava no crachá: Pérola Miguel.
A ela, faço questão de registrar aqui o meu respeito e a minha solidariedade.