Bastou o Padre Eraldo Cordeiro colocar seu nome nas ruas de Delmiro Gouveia como pré-candidato a prefeito em um bloco de oposição, contra ao que ele chama de “dinastia de Lula Cabeleira”, que logo uma ação judicial é desenterrada na justiça eleitoral e o torna inelegível por 8 anos.
“É o jogo bruto da política nesta região do sertão. Ou você se torna aliado dos poderosos ou sequer tem direito a lançar uma candidatura”, reagiu o presidente do Partido dos Trabalhadores, Pedro Paulo, pré-candidato a vereador.
A inelegibilidade do padre Eraldo foi decretada na tarde desta segunda-feira, 10, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL). Ele foi julgado por “captação ilícita de sufrágio”.
Além dele, foram também tornados inelegíveis o vereador Geraldo Xavier, que teve o diploma cassado, e o pré-candidato a vereador Lau da Barragem, do bloco da oposição a prefeita Ziane Costa (MDB).
O caso
O processo contra o padre teve início na campanha eleitoral de 2020, quando duas pessoas foram presas portando materiais de campanha e uma quantidade de dinheiro. Segundo a confissão de uma das pessoas detidas, o valor seria utilizado para a compra de votos em favor dos denunciados. O caso foi julgado na primeira instância e depois seguiu para o TRE e, agora 4 anos depois foi julgado. A oposição se organiza para recorrer da sentença no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ainda segundo o dirigente do PT, Pedro Paulo, esta situação reflete bem uma questão de domínio de poder de uma família em Delmiro Gouveia, que não aceita a diversidade de pensamento político. “É uma pena que queiram perpetuar uma dinastia, por que desta forma os ares da democracia tendem a sumir no vento pelos corredores dos canions da nossa região sertaneja”, disse.