Em seu último discurso antes de viajar a Washington e tomar posse como o 46º presidente dos EUA, Joe Biden chorou.
Agradeceu pelo apoio dos moradores de Delaware, estado onde viveu por quase 70 anos, e disse que sentia muito a ausência do filho Beau, que morreu em 2015 vítima de um câncer no cérebro.
“Eu só tenho uma coisa a lamentar: ele não está aqui”. Joe Biden, presidente eleito dos EUA.
Nesta quarta-feira (20), o democrata fará história ao assumir a Casa Branca em um dos momentos mais assustadores da trajetória americana.
Aos 78 anos, Biden é o homem mais velho a chegar à Presidência dos EUA e tem a missão de comandar uma nação dividida e devastada por uma grave crise econômica e uma pandemia que já matou mais de 400 mil pessoas no país.
As credenciais inéditas da nova era incluem Kamala Harris, a primeira mulher negra a ocupar a Vice-Presidência americana, e que vai exercer papel definitivo no que se tornou o principal desafio de Biden nos próximos anos: conseguir, de fato, governar.
O avanço da maior crise de saúde do século, a violência política e o debate do impeachment de Donald Trump devem dominar os primeiros anos da gestão democrata, e especialistas acreditam que será difícil fazer muito além desses temas até meados de 2022.
Brasil de Bolsonaro
Com o governo Biden, serão fortalecidas as condições políticas para a queda de Jair Bolsonaro, seja via impeachment, menos provável, seja por meio de derrota eleitoral em 2022.
Ainda enviuvado com a derrota de Donald Trump nas eleições americanas, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro demonstrou apoio e compreensão à invasão de apoiadores do republicano ao Capitólio, durante sessão que deveria ratificar o resultado da eleição presidencial de novembro.
“Eu acompanhei tudo. Você sabe que eu sou ligado ao Trump. Você sabe da minha resposta. Agora muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás, a imprensa falou: “Sem provas o presidente Bolsonaro falou que foram fraudadas as eleições americanas”. Jair Bolsonaro, presidente.
O Brasil depende da China para ter os insumos para a CoronaVac, única vacina realmente viável no momento no país. Mas Venezuela e China são países que foram atacados infantilmente por Bolsonaro e filhos, além da falta diplomacia do ministro Ernesto Araújo.
Vale lembrar: países não têm relações pessoais, mas interesses nacionais. Nos próximos meses, devemos esperar uma série de ações dos EUA para dificultar o governo Bolsonaro. E esses movimentos atendem aos interesses nacionais dos EUA, que coincidem com os do Brasil neste momento.
Se Donald Trump tivesse sido reeleito, Bolsonaro ganharia fôlego político. Mas o resultado da eleição americana o deixou mais isolado do ponto de vista internacional, o que tem reflexos domésticos, como levar ao arrependimento eleitores que o apoiaram em 2018.