Após oito anos de trabalho, sendo três de atrasado, foram inauguradas em 4 de novembro de 2015 as duas primeiras de nove estações previstas da linha 5 do metrô de Caracas, na Venezuela. Passados dez anos do início das construções tocadas pela empreiteira brasileira Odebrecht, com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o trecho inaugurado é o único em funcionamento,
Faltam 7,5 km e seis estações, apenas considerando esta linha. O Brasil pagou à Odebrecht o equivalente a R$ 2,279 bilhões, referentes a dois empréstimos tomados pelo governo da Venezuela junto ao BNDES, para as obras de expansão do metrô da capital, tocadas por um consórcio liderado pela construtora brasileira.
O valor corresponde a 92% do total dos dois financiamentos iniciais concedidos para estes projetos, de R$ 2,445 bilhões, mas apenas uma fração do custo total dos projetos para o governo venezuelano: R$ 35 bilhões.Apesar disso, as duas obras estão paradas desde 2015 e com apenas pouco mais da metade dos trabalhos concluídos. Não há previsão de entrega do projeto.
Sem fim
A linha 5 do metrô de Caracas começou a ser construída em 2008 e está oficialmente com 54,6% dos trabalhos prontos, segundo a porta-voz da Odebrecht na Venezuela, Maria José Araque. O cronograma de execução dependeria da liberação de verbas por parte do cliente, o governo da Venezuela.
O BNDES informa que o último relatório de progresso que recebeu data de dezembro de 2015. Além de a Venezuela não possuir leis fortes de acesso à informação, o governo não é transparente sobre o custo e os prazos para a conclusão das obras, que vivem sendo alterados. Segundo o jornal venezuelano “El Nacional”, toda a linha 5 deveria ter sido entregue em 2010. Já a linha de Los Teques deveria estar completamente operacional até o ano que vem.
De acordo com o BNDES, após o financiamento inicial de R$ 2,445 bilhões (US$ 747,190 milhões), foram aprovados outros dois financiamentos para essas duas obras do metrô venezuelano, no valor adicional de R$ 1,762 bilhão (ou US$ 534,202 milhões).
Assim, o valor total do financiamento concedido pelo BNDES para estes dois projetos foi de R$ 4,207 bilhões, dos quais R$ 2,279 bilhões foram efetivamente pagos. Os repasses estão suspensos.