A Agita Cultural, que chegou a produzir shows de Gilberto Gil, Hermeto Pascoal e Zizi Possi e em Brasília era representante em Brasília de filmes como Harry Potter a O Senhor dos Anéis, resolveu apostar no público gay e investir em eventos como a Festa do Orgulho Gay em Brasília”, em 2006. Que teria Alexandre Frota como o grande convidado.
À época, o ex-ator global estava em declínio na carreira, passou a atuar em filmes pornê e assinou um contrato com cachê de R$ 2 mil (50% antes, 50% depois), mais diárias e passagens de São Paulo, por uma hora e meia de show na “Oficina Dancing Bar”, a 15 quilômetros do Congresso Nacional.
O hoje deputado federal do PSL não compareceu. Nice Pereira, dona da Agita Cultural, se enfureceu e desde então, corre um processo no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
O montante cobrado pela Justiça saltou com o passar dos anos. De R$ 30 mil para R$ 80 mil. Frota, como consta no processo, é um devedor contumaz, e o tribunal tinha dificuldades em localizar, assim como seus bens.
O TJDFT custou a comunicar Frota sobre o início do caso, em meados de 2007, um ano após o contrato que ele não respeitou. A Justiça mandou cartas a quatro endereços dele em São Paulo, sem sucesso, incluindo um em que moraria sua irmã. Hoje, a Câmara dos Deputados recebeu um ofício da corte pedindo detalhes do salário do parlamentar, para avaliar se mandava penhorar o valor.
Frota, nesta semana, disse ser vítima de preconceito. Um dos símbolos da extrema direita conservadora do Brasil reclamou do fato de sempre lembrarem de ele ter feito filmes pornôs, e não falar de sua carreira de ator.
“Esquecem da carreira que tive antes. Foram 12 anos em diferentes emissoras de TV, fazendo novelas. Parece até que eu só fiz filmes pornôs na vida e pronto”. Alexandre Frota, deputado federal (PSL).
O problema é que hoje ele é deputado e seus ideais são completamente diferentes do que ele falava. E fazia.
