Na via do “é dando que se recebe”, parlamentares do Centrão conseguiram abocanhar mais de R$ 2,2 bilhões do governo Jair Bolsonaro por terem votado na Reforma da Previdência. O dinheiro foi liberado em novembro.
Agora o bloco, formado pelos partidos PP, DEM, Solidariedade,PTB, PRB, PSD, PR, Podemos, Pros e Avante”, cobra uma outra fatura pendente do governo Bolsonaro, que tem sido liberada a conta gotas.
Trata-se das nomeações dos cabos eleitorais de cada parlamentar nos órgãos federais nos Estados. São mais de 10 mil cargos para nomeações na planilha da Secretaria de Governo que tem o título “Nomeações, Revisões e Modelagem”. A lista inclui Incra, Funasa, ministérios da Saúde e da Agricultura, Ibama, Dnocs e Codevasf, por exemplo.
A cobrança pelos cargos se tornou mais forte nesta reta final do ano, depois que os líderes do Centrão, entre eles, o deputado federal Arhur Lira (PP-AL), descobriram que 40% dos pedidos estão parados, devido a barreiras “ideológicas” impostas por Bolsonaro.
A questão é que o governo faz uma devassa em cada nome indicado para saber se o mesmo milita ou já militou em algum partido de esquerda. Para cumprir esse levantamento, o governo conta com uma rede de arapongagem, que tem Léo Indio, o sobrinho do presidente, como um dos coordenadores. Ele visita cada Estado para saber quem é quem nas repartições públicas.
Esse trabalho, que remete a um processo de “caça as bruxas”, tem sido feito inclusive nas universidades, para evitar que Bolsonaro faça a nomeação de algum reitor não alinhado com o seu pensamento ideológico.
Só que os parlamentares do Centrão não estão para esse tipo de conversa e querem os seus indicados com as nomeações publicadas no Diário Oficial da União. Eles resolveram esticar a corda.
Resta saber aonde essa corda vai arrebentar primeiro?