7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Chuvas no Rio de Janeiro: Sobe para 10 o número de mortos

Em um intervalo de quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando fortes chuvas atingiram a cidade pela última vez, provocando deslizamentos de terra e seis mortes

Chegou a dez o número de mortos devido às chuvas que caem desde ontem no Rio de Janeiro. Duas mortes foram confirmadas na noite de hoje pelo Corpo de Bombeiros: uma no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio, e outra no Morro da Babilônia, no Leme, zona leste da cidade.

Gilson Cezar Cerqueira, 42, estava sendo procurado desde hoje cedo no imóvel onde outros dois corpos foram encontrados de manhã, no Morro da Babilônia. Os bombeiros não passaram informações sobre a 10ª vítima nem sobre em quais condições ela morreu em Santa Cruz.

Desde ontem à noite, o Rio de Janeiro está em “estágio de crise” – o mais grave em uma escala de três níveis estabelecido pela prefeitura. Segundo o sistema de Alerta da Prefeitura do Rio, a chuva deve se estender até pelo menos amanhã à tarde, mas em menor intensidade. As vítimas foram encontradas sobretudo nas zonas oeste e sul da cidade.

Pela manhã, funcionários da prefeitura ainda tentam remover árvores caídas e carros que foram arrastados para o meio das ruas pela correnteza. A avenida Niemeyer está interditada desde a noite de ontem e a ciclovia Tim Maia voltou a ter um trecho danificado por conta do mau tempo. As aulas foram suspensas na rede municipal e o governo do estado decretou ponto facultativo em órgãos públicos.

Temporal

O município do Rio de Janeiro está em estado de crise desde as 20h55 de segunda (8). As áreas mais afetadas foram as zonas sul e oeste. O temporal alagou ruas, derrubou árvores, destruiu carros e inundou túneis por toda a cidade.

As sirenes de alerta para risco de deslizamento de terra foram acionadas em 21 das 103 comunidades monitoradas pela Defesa Civil Municipal. Mas, segundo moradores, o alarme não chegou a ser acionado no Morro da Babilônia porque estava faltando energia na comunidade no momento do temporal.

A chuva também provocou o desabamento de mais um trecho da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer. Desta vez, a parte que caiu fica próxima do bairro de São Conrado. O desabamento ocorreu por volta das 22h, quando a via já estava fechada. Foi  o quarto incidente desse tipo desde a inauguração da ciclovia, em janeiro de 2016. Um deles foi causado por ondas, durante uma ressaca, e três por temporais.

Choveu mais do que em fevereiro

De acordo com a prefeitura, em um intervalo de quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando fortes chuvas atingiram a cidade pela última vez, provocando deslizamentos de terra e seis mortes.

A Defesa Civil do Rio informou que foram feitas 1.700 ocorrências de risco por causa das chuvas. A região da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, foi a que concentrou maior volume de alagamentos choveram 212 mm.

De acordo com dados do Alerta Rio, o sistema de monitoramento meteorológico da prefeitura do Rio, o volume de chuva acumulado em apenas quatro hora na noite dessa segunda foi até 70% maior do que o esperado para todo o mês de abril em alguns pontos dessas regiões.

Na zona oeste, a estação medidora da Barrinha registrou 212 milímetros de chuva entre as 18h e as 22h. No mesmo período, na zona sul, choveu 168 milímetros em Copacabana, 164 na Rocinha e 149 no Jardim Botânico.