6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Coalizão de esquerda vira o jogo na França e barra avanço da extrema direita

Uma coalizão de esquerda entre social-democrata e anticapitalistas formou a “frente republicana” que saiu vitoriosa

Em um resultado surpreendente, pesquisas de boca de urna apontam vitória da esquerda no segundo turno das eleições legislativas na França, realizadas neste domingo (7).

Essa é a conclusão da pesquisa Ipsos-Talan para a rede estatal de rádio e TV. Os resultados oficiais ainda não foram divulgados.

A expectativa era de que a extrema direita conseguisse o maior número de votos. Para evitar isso, a Nova Frente Popular (NFP) — uma coalizão de esquerda que vai desde a ala social-democrata até anticapitalistas e que obteve 28% dos votos no primeiro turno — e a aliança de Macron (20%), formaram uma “frente republicana”.

Esse princípio implicou a retirada do candidato “republicano” com menos chances de vencer nas circunscrições onde ambas as alianças se classificaram para o segundo turno, junto com um adversário de extrema direita em posição forte.

A estratégia deu resultado.

Veja os resultados de boca de urna:

Nova Frente Popular (esquerda): entre 172 e 192 assentos
Juntos (governista, de centro): entre 150 e 170 assentos
Reunião Nacional (extrema direita): entre 132 e 152 assentos

A Assembleia Nacional possui 577 assentos; são necessários 289 cadeiras para a formação de uma maioria capaz de definir o primeiro-ministro.

Para o líder da coalizão vencedora, Jean-Luc Mélenchon, o presidente francês Emmanuel Macron deve admitir a derrota nas eleições parlamentares francesas, onde a aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) conquistou o maior número de assentos, embora não tenha alcançado a maioria absoluta, e Macron deveria apelar ao NFP para formar um novo governo.

Mélenchon ainda pediu que o primeiro-ministro atual, Gabriel Attal, deixe o cargo, abrindo espaço para a indicação de um gabinete liderado pela esquerda. Mélenchon é a principal figura do partido de esquerda França Insubmissa, que faz parte do bloco NFP.

Jordan Bardella, líder político da extrema-direita, criticou severamente o que chamou de “aliança da desonra”. Em suas palavras, essa aliança “priva os franceses de uma política de recuperação” necessária para o país.

Bardella expressou sua frustração com a situação política atual, onde diversas forças se uniram, segundo ele, de maneira oportunista, sem levar em consideração os melhores interesses da população francesa. Em nenhum momento, no entanto, questionou a lisura do sistema eleitoral francês.

(ICL Notícias)