Em um resultado surpreendente, pesquisas de boca de urna apontam vitória da esquerda no segundo turno das eleições legislativas na França, realizadas neste domingo (7).
Essa é a conclusão da pesquisa Ipsos-Talan para a rede estatal de rádio e TV. Os resultados oficiais ainda não foram divulgados.
A expectativa era de que a extrema direita conseguisse o maior número de votos. Para evitar isso, a Nova Frente Popular (NFP) — uma coalizão de esquerda que vai desde a ala social-democrata até anticapitalistas e que obteve 28% dos votos no primeiro turno — e a aliança de Macron (20%), formaram uma “frente republicana”.
Esse princípio implicou a retirada do candidato “republicano” com menos chances de vencer nas circunscrições onde ambas as alianças se classificaram para o segundo turno, junto com um adversário de extrema direita em posição forte.
A estratégia deu resultado.
Veja os resultados de boca de urna:
Nova Frente Popular (esquerda): entre 172 e 192 assentos
Juntos (governista, de centro): entre 150 e 170 assentos
Reunião Nacional (extrema direita): entre 132 e 152 assentos
A Assembleia Nacional possui 577 assentos; são necessários 289 cadeiras para a formação de uma maioria capaz de definir o primeiro-ministro.
Para o líder da coalizão vencedora, Jean-Luc Mélenchon, o presidente francês Emmanuel Macron deve admitir a derrota nas eleições parlamentares francesas, onde a aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) conquistou o maior número de assentos, embora não tenha alcançado a maioria absoluta, e Macron deveria apelar ao NFP para formar um novo governo.
Mélenchon ainda pediu que o primeiro-ministro atual, Gabriel Attal, deixe o cargo, abrindo espaço para a indicação de um gabinete liderado pela esquerda. Mélenchon é a principal figura do partido de esquerda França Insubmissa, que faz parte do bloco NFP.
Jordan Bardella, líder político da extrema-direita, criticou severamente o que chamou de “aliança da desonra”. Em suas palavras, essa aliança “priva os franceses de uma política de recuperação” necessária para o país.
Bardella expressou sua frustração com a situação política atual, onde diversas forças se uniram, segundo ele, de maneira oportunista, sem levar em consideração os melhores interesses da população francesa. Em nenhum momento, no entanto, questionou a lisura do sistema eleitoral francês.
(ICL Notícias)