8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Comissão do Senado aprova Galípolo para presidir o Banco Central

Indicado de Lula é o atual diretor de Política Monetária do BC

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (8), por unanimidade, a indicação de Gabriel Galípolo para presidente do Banco Central. Foram 26 votos favoráveis e nenhum contrário.

A indicação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, segue agora para o plenário, em regime de urgência, e deve ser apreciada ainda esta tarde.

Se aprovado pelo Senado, Galípolo assumirá o lugar de Roberto Campos Neto a partir de 1º de janeiro de 2025, com mandato até o final de 2028.

O indicado de Lula é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central.

Renan Calheiros questiona regulação de crédito pelo Banco Central

Em resposta ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a regulação de crédito no Banco Central, o economista Gabriel Galípolo afirmou que a instituição controla a taxa básica de juros para criar um desestímulo, fazendo com que se prefira receber uma remuneração livre de riscos, que vem do próprio governo por meio de títulos públicos, ao invés de se correr risco concedendo crédito a alguém.

A Rodrigo Cunha, Galípolo diz que redução de juros é uma das agendas prioritárias

O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) indagou se está sendo eficiente a limitação de juros de cartão de crédito em no máximo 100% do valor da dívida, adotada por lei desde 3 de janeiro deste ano. Em resposta, Galípolo afirmou que encontrar formas de diminuir as taxas de juros pagas pelas pessoas é uma das “agendas prioritárias para os próximos ciclos do Banco Central”. Ele apontou o “crédito com garantia” como uma das formas para facilitar empréstimos.

Randolfe destaca melhora do grau de investimento do país

Randolfe Rodrigues (PT-AP) destacou o aumento da nota de crédito do Brasil, divulgado pela agência norte-americana de classificação de risco Moody’s. O senador também questionou o motivo de especialistas lamentarem a melhora do grau de investimento do país. Em resposta, Gabriel Galípolo afirmou que a taxa de juros fixada pelo Banco Central deve ter como objetivo a meta de inflação.

Vanderlan diz que Banco Central será bem conduzido por Galípolo

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), destacou que todas as perguntas feitas ao indicado para a Presidência do Banco Central foram respondidas de forma equilibrada por Galípolo. O senador também afirmou que a escolha do economista para o cargo significa a tranquilidade de que a instituição será muito bem conduzida.

Rogério Carvalho demonstra preocupação com inflação estrutural

Ao falar sobre os preços administrados no Brasil, como os combustíveis, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que a reindexação de preços administrados na economia trouxe inflação estrutural para o país. O parlamentar lembrou que o Banco Central hoje conta com autonomia consolidada e que a política monetária da instituição deve estudar as variáveis econômicas, mas também “ficar de olho” nos elementos estruturais que levam ao aumento da inflação. 

Zenaide Maia criticou remuneração das sobras dos caixas de bancos

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) perguntou para Galípolo se ele tem ideia de quanto o Tesouro gasta, mensalmente, com a remuneração das sobras de caixa dos bancos. Zenaide afirmou que os bancos não têm interesse em emprestar dinheiro porque o Banco Central remunera essas instituições, no mínimo, com os valores da taxa Selic. Segundo ela, essa é uma prática que prejudica o setor produtivo do país, uma vez que os bancos não têm interesse em emprestar. 

Bene Camacho indaga se há outra forma de controlar inflação além da taxa de juros

O senador Bene Camacho (PSD-MA) questionou o reajuste da taxa Selic para conter a inflação. O parlamentar perguntou ao indicado à presidência do Banco Central se há outra forma de conter o aumento dos preços. 

Heinze chama atenção para sustentabilidade do agronegócio

Durante a sabatina do indicado para a presidência do Banco Central, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmou que se preocupa com a possibilidade de discussões ambientais criarem mais entraves para o setor do agronegócio. Na avaliação dele, o agro brasileiro é um dos mais sustentáveis do mundo.

A pedido de Astronauta Marcos Pontes, Galípolo explica taxa básica de juros

A pedido do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Gabriel Galípolo explicou que a ataxa básica de juros é uma das principais formas que o Banco Central usa para retirar ou colocar mais moeda na economia e, assim, controlar a inflação. Ele afirmou que a política de controlar a impressão de moeda não é relevante neste mecanismo como ocorria no passado.

Seif questiona Galípolo sobre autonomia do BC

O senador Jorge Seif (PL-SC) questionou Gabriel Galípolo a respeito de sua posição sobre a autonomia do Banco Central. Em resposta, o economista afirmou nunca ter sentido qualquer tipo de pressão por parte do governo e reafirmou o compromisso de seguir o mandato legal e institucional do BC, tomando decisões de maneira técnica e correta, com interesse da população.

Paulo Paim pergunta sobre oferta de crédito para os estados

Ao mencionar a catástrofe climática no Rio Grande do Sul, o senador Paulo Paim (PT-RS) abordou a questão da oferta de crédito para os estados. Paim questionou Gabriel Galípolo sobre de que forma o Banco Central pode desenhar uma política que ajude a estimular o investimento privado em infraestrutura sem gerar pressão inflacionária ou causar desequilíbrio macroeconômico nacional. 

Omar Aziz pede suspensão de apostas esportivas

O senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu a suspensão das plataformas de apostas esportivas (bets) até que elas sejam regulamentadas. Para ele, o governo federal é voltado à defesa dos mais pobres, mas está demorando demais: “A Anatel [pode] tirar essas bets todas em minutos do ar”. O senador citou dados do Banco Central segundo os quais 8,5 milhões de beneficiários do programa Bolsa Família estão apostando em jogos on-line recursos vitais para sua subsistência. Omar Aziz ressaltou que as bets ficam com 99,2% do dinheiro que é apostado, enquanto os apostadores ficam com 0,8%.

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