Algo interessante, e também triste, nestas eleições, é que as notícias bizarras envolvendo Haddad são claramente fake news. Mas, sem surpresa, quando envolvem o Capitão do PSL, a verdade se torna uma realidade deprimente.
“Ele soa como nós. É um nacionalista”, disse o ex-líder da KKK sobre Jair Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL. “Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro”, afirmou o americano David Duke.
O ex membro do grupo racista, que frequentemente classifica Nelson Mandela como um “terrorista”, também nega o Holocausto e faz ressalvas à proximidade do candidato brasileiro com Israel. Assim como Trump faz, ele diz “o super Bolsonaro” assim como o chama, só faria isso por estratégia política, mas que seria bom ele se afastar dos judeus.
Há dois anos, enquanto o Senado votava o impeachment de Dilma Rousseff, o capitão brasileiro foi batizado nas águas do rio Jordão. Durante a campanha eleitoral, o candidato reforçou o elo com o país e promete expandir relações políticas, culturais e comerciais se eleito.
Apesar dos elogios, Bolsonaro não gostou do endosso e o recusou prontamente em seu Twitter. “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas”:
Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influenciar uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhecer o povo brasileiro, que é miscigenado.
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) 16 de outubro de 2018
Racista extremista
Nos anos 1960, antes de se juntar à KKK, David Duke foi membro do extinto “Partido Nazista da América”, depois renomeado para Partido Nacional Socialista das Pessoas Brancas.
Depois de sair da KKK, Duke foi congressista pelo Estado da Luisiana entre 1989 e 1992 e se candidatou, sem sucesso, a uma série de cargos nos anos 1990, incluindo senador e governador.
Em 2002, ele foi preso por um ano após de confessar que enganou apoiadores em troca de apoio financeiro e sonegou impostos.
Autor de três livros sobre o que classifica como “supremacia judaica” e defensor de teses contestadas, como a que sugere que negros seriam mais violentos e teriam QI inferior aos dos brancos, Duke voltou a ganhar projeção mundial em 2016, quando passou a apoiar a campanha presidencial de Donald Trump.