30 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Considerado e Nildinha encontram Sílvio Paizinho, eleitor do sargentão

Considerado cumprimenta “Paizinho” na fila de votantes e dona encrenca solta as feras em cima do marido

Membro recluso da Turma do Gabiru, desde o início da pandemia, embora tenha tomado todas as cloroquinas possíveis e imagináveis, “Sílvio Paizinho” saiu de casa só no dia 30 de outubro para votar no Bozo.

Embora seja um homem de conhecimento jurídico aposentado, “Paizinho”, ex-lateral esquerdo do Abrantes do saudoso Bebedouro, em Maceió, tem, contudo, uma frustração na vida. Ele amava uma farda e queria ser milico, mas o pai não deixou.

Isso, justifica, portanto, sua paixão por um ex-capitão expulso do Exército por ter sido um péssimo militar. Mas, esse  é outro papo para depois do segundo turno das eleições.

E por quê Sílvio Paizinho? Segundo os membros do grupo, quando se encontra em estado etílico alterado, ele se diz o padrasto preferido do Batoré. Claro, que o jovem não aceita isso, mas há vozes que sustentam que o próprio enteado o chamava de “paizinho”.

Mas, enfim, Paizinho saiu de casa para exercer seu dever cívico. Foi vestido na camisa desbotada da seleção brasileira, acompanhado da esposa, mais conhecida como “dona encrenca”.

Estava ele na fila, quando chega, vestida de short branco e camisa vermelha com a cara do Lula estampada no peito, a maravilhosa Dona Nildinha. Ela chegou na companhia do neto, o dedicado Considerado. Dedicado apenas com ela que paga todas as contas.

Nildinha, velha conhecida de Paizinho desde as reuniões juvenis da Igreja de Santo Antônio de Pádua, em Bebedouro, bairro destruído pela Braskem, tratou de cumprimentar marido e mulher na fila da seção eleitoral com total urbanidade, como exige de cada um a vida democrática.

Mas, eis que o Considerado pisa na bola – inocentemente ou quem sabe de propósito – quando falou macio, só que em alto e bom som:

-Oi Paizinho, tudo bem com o senhor?

O mundo calmo, até então do ambiente eleitoral, virou mesmo uma zona em questão de segundos com a reação de dona encrenca:

-Sílvio, o que é isso?

-Mulher, olha…

-Mulher o quê, quem é essa gente?

-São velhos amigos…

-Amigos, com essa velha de shortinho e esse moleque balofo lhe chamando de “paizinho”?

O clima ficou tenso. Dona encrenca apertando o braço do marido com força além do normal tenta tirá-lo da fila de votantes. Ele acuado, derruba os óculos no chão. Ela na sandália plataforma pisa em cima e quebra as lentes.

-Mulher, você quebrou meus óculos. Como eu vou votar agora?

-Você vai votar agora comigo, mas em casa.

-Mas, mulher e o voto no capitão?

-Não se preocupe não; em casa você vai votar num sargentão!