7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Contaminação do Rio São Francisco e desperdício ilustram Dia Mundial da Água

Estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, entre os dias 8 e 14 de março, mostra que rejeitos ultrapassaram represa, em Felixlândia

O rio Paraopeba, na foto abaixo, está morto. Depois da quebra da Barragem da Vale, em Brumadinho, a mesma fundação que decretou a morte e vetou uso da água do rio mineiro, alertou para a contaminação do rio São Francisco, neste 22 de março, dia em que é comemorado o Dia Mundial da Água.

Entre 8 e 14 de março, um levantamento comprovou que contaminantes passaram pela barreira da hidrelétrica de Retiro Baixo, em Felixlândia (a 193 km de Belo Horizonte), e seguiram até a represa de Três Marias (a 271 km), que deságua exatamente no Velho Chico.

Segundo o biólogo e educador da fundação Tiago Félix, responsável pelo estudo, nove dos 12 pontos analisados entre Felixlândia e Pompéu, no ponto onde o Rio Paraopeba deságua no Rio São Francisco, já estão com água imprópria para o consumo da população.

A falta de transparência da água, chamada de turbidez, está até seis vezes maior do que o permitido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente. Metais como ferro, manganês, cromo e cobre também apresentam concentração acima do permitido pela legislação.

Em apenas 6,5% dos rios da bacia da Mata Atlântica, a qualidade da água é considerada boa e própria para o consumo. Dos 278 pontos de coleta de água monitorados em um total de 220 rios, 74,5% apresentam qualidade regular, 17,6% são ruins e, em 1,4%, a situação é péssima. Nenhuma amostra foi considerada ótima.

Desperdício da Casal

Em seu próprio site, a Companhia de Saneamento Básico de Alagoas (Casal), presente em 77 dos 102 municípios de Alagoas, tem entre 20 e 30% de desperdício de água em no Estado. E na Capital, menos de 40% possui cobertura de rede de esgoto.

Isso resulta numa perda de grande volume do líquido, 30 a cada 100 litros, que tem este 22 de março reservado para conscientizar a população e lembrar dos riscos que a ausência desse recurso poderia causar.