4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Correndo risco de impeachment, Trump encerra sem acordo encontro com Kim

Michael Cohen, ex-advogado do presidente Donald Trump, prestou depoimento ao Congresso e chamou Trump de “racista, “vigarista” e “trapaceiro”

Terminou sem acordo, sobre a reversão do programa nuclear da Coreia do Norte, o segundo encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Hanói, no Vietnã.

A cúpula foi interrompida antes do previsto com o cancelamento de um almoço de trabalho entre ambos e a cerimônia na qual eles deveriam assinar um comunicado conjunto. Apesar disso, Trump disse que ele e Kim tiveram um encontro “realmente produtivo” e que concordaram que “não era bom assinar nada”.

“Eles queriam que as sanções fossem levantadas na sua totalidade, e nós não poderíamos fazer isso… Às vezes você tem que andar, e este foi apenas um desses momentos.” Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Crise nos EUA

Michael Cohen, ex-advogado do presidente Donald Trump, prestou depoimento ao Congresso e chamou Trump de “racista, “vigarista” e “trapaceiro”, dizendo que o ex-chefe sabia que o Wikileaks publicaria milhares de e-mails roubados do Partido Democrata, para prejudicar a campanha da adversária, Hillary Clinton.

As 20 páginas da fala inicial de Cohen impressionam pelos ataques ao caráter do presidente – “me mandou mentir para a primeira-dama” – e sua relação com as leis – “mentiu para o país”, “subornou uma atriz pornô” e “fraudou um leilão”.

O advogado também acusou o presidente norte-americano de ter subornado modelos para que não revelassem supostos relacionamentos. Cohen, condenado à prisão por crimes relacionados em parte com seu trabalho para Trump, também expressou arrependimento por sua lealdade ao presidente no passado.

O depoimento resvalou também nas negociações para construir a “Trump Tower” em Moscou. Cohen afirmou que não tem provas diretas de que Trump ou sua campanha de 2016 firmaram acordo com a Rússia. O presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, o democrata Elijah Cummings, disse que o testemunho de Cohen era “profundamente perturbador e deveria ser preocupante para todos os americanos”.

O termo impeachment não demorou a aparecer no salão do Congresso americano. Pouco depois da fala inicial de Cohen, o congressista republicano Jim Jordan, que citou a palavra pela primeira vez, disse que o depoimento era parte de uma tentativa dos rivais democratas de “tirar o presidente do governo”.