6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Covid-19: Pico de casos e óbitos diários se manterá por semanas, antes de achatamento da curva

Brasil registrou uma média de 1.036 mortes diárias em decorrência da covid-19 na semana passada

Até este domingo (12), o Brasil registrou uma média de 1.036 mortes diárias em decorrência da covid-19 na semana passada. O país notificou mais 659 óbitos e 25.364 casos nas últimas 24 horas. O total agora são de 72.151 vítimas e 1.866.176 casos entre os brasileiros.

E o alto “platô” de casos e mortes diários do novo coronavírus ainda deve durar mais algumas semanas. Isso antes de iniciar um processo de declínio, ou achatamento da curva.

Esta é a previsão que faz Christovam Barcellos, sanitarista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“O vírus está se espalhando, e se espalha com a circulação das pessoas entre cidades. A gente prevê que esse platô se mantenha durante algumas semanas ainda. Isso significa que as mesmas cidades onde a incidência diminuiu têm de tomar muito cuidado com o isolamento. O vírus continua circulando nessas cidades e pode até retornar a elevação da transmissão, aumento do número de internados e até aumento do número de mortes”. Christovam Barcellos, especialista da Fiocruz.

Há vários dias o país mantem a formação desse platô de cerca de 1.000 ou 1.200 óbitos por dia, com um número de casos cada vez mais crescente. O vírus está em alta circulação ainda na população brasileira.

Segunda fase

Em praticamente todas as regiões do mundo mais duramente afetadas pelo novo coronavírus e que retomaram as atividades há queda sustentada no número de mortes e infecções.

A tendência é a mesma na Europa e nos estados brasileiros e norte-americanos mais contaminados. Nos que vinham sendo poupados, os casos estão subindo, elevando a média geral tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Na Europa, onde a epidemia chegou antes, ela está em declínio, apesar de muitos países terem voltado a funcionar quase normalmente.

Epidemiologistas e novos estudos sugerem que a chamada imunidade coletiva necessária para conter a expansão da Covid-19 pode ter sido superestimada ou estar sendo calculada de forma imprecisa.

Isso explicaria a não ocorrência de uma segunda onda de infecções até agora. Mesmo que, nos locais inicialmente mais afetados e reabertos, menos de 20% da população tenha desenvolvido anticorpos para o novo coronavírus.

Há alguns meses, estimava-se que até 70% das pessoas deveriam contrair o vírus antes que ele não encontrasse hospedeiros para se propagar.