8 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

Cunha quer transformar episódio de Arapiraca em pulo do gato da campanha: perda de tempo

Ou algo deu errado na formulação ou, nesse episódio fugaz, a raiva está consumindo alguém

Rodrigo Cunha: erros estratégicos atrapalham a campanha rumo ao Palácio

Há pouco mais de 42 dias das eleições, o senador Rodrigo Cunha (UB), candidato do governo do Estado, tenta ensaiar o pulo do gato na campanha eleitoral, em cima de um fato que já perdeu sua relevância, no que diz respeito a visibilidade. Além de ter sido fugaz, a mira errou o alvo.

O caso da confusão no estádio de Arapiraca, envolvendo Cunha e o secretário de Estado, Kelmann Vieira, está sendo esticado ao máximo pelos apoiadores de candidato, na tentativa de tirá-lo da incômoda posição nas pesquisas eleitorais e, com isso, torná-lo protagonista do processo.

O senador surgiu, de início, como um nome novo e capaz de fazer frente às velhas alianças políticas alagoanas. Mas, a sua própria composição de chapa mostrou que ele passou a ser mais do mesmo.

Ademais, suas limitações no mandato de senador não geraram a visibilidade necessária. para que ele desse o salto de qualidade no caminho rumo ao Palácio Zumbi dos Palmares.

Resultado é que tornou sua candidatura insossa e dentro de um leque de aliança que não recomenda falar contra adversários políticos, por que o pau que bate em Chico, também atinge Francisco.

Daí, acabou perdendo o protagonismo da campanha para Paulo Dantas (MDB) – que seria o alvo dele na cruzada arapiraquense –  e para Fernando Collor (PTB).

Mas, em tese, a briga de Cunha hoje deveria ser contra o Collor, que está sem segundo lugar nas pesquisas, enquanto ele disputa a terceira colocação. Há 1 ano atrás era o primeiro indicado pelos institutos de opinião pública.

Agora, ao fazer do episódio do campo de futebol um enredo mal-arrumado contra Dantas, além de ser um erro estratégico, é uma perda de tempo por que o candidato do MDB segue a voar no agreste e no sertão alagoano, consolidando sua marcha para ser governador em 2023.

Em suma, o fato político criado é pequeno e não convence o eleitorado para, nesse momento, mudar o voto e alavancar Cunha.

Quer dizer, algo não está indo bem na formulação.

Ou então, a raiva está consumindo alguém.