7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Defende reforma: Presidente do Santander se aposenta pelo INSS aos 58 anos

Rial recebeu R$ 30 milhões em remuneração em 2017, dado mais recente disponível

O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, disse que se aposentou pelo INSS neste mês e afirmou que é um dos que contribui para o déficit do sistema. Rial tem 58 anos.

“Eu estou aposentado. Me aposentei, a partir de janeiro. Eu faço parte desse grupo que não ajuda a reduzir o déficit”. Sérgio Rial, aposentado aos 58, defensor da reforma.

Segundo informações divulgadas pelo próprio Santander à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Rial recebeu R$ 30 milhões em remuneração em 2017, dado mais recente disponível. O executivo concedeu entrevista para detalhar resultados do banco. O lucro da instituição saltou 25% em 12 meses e fechou 2018 em R$ 12,4 bilhões.

O déficit somado das previdências do setor privado, dos servidores públicos da União e dos militares aumentou 8% e fechou 2018 em R$ 290,297 bilhões, divulgou o Tesouro Nacional nesta terça. Em valores absolutos, o rombo aumentou R$ 21,5 bilhões, repetindo o recorde da série histórica.

O déficit tem sido a principal justificativa para uma reforma da Previdência, da qual Rial é defensor. Nesta quarta, o executivo afirmou que as novas regras para a aposentadoria, ao lado do ambiente mais benigno para investimentos, como juros baixos, devem contribuir para o crescimento sustentado do país nos próximos anos.

Mudanças

Pelas propostas em discussão no governo, a idade mínima para aposentadoria será obrigatória e homens só poderão receber o benefício a partir dos 65 anos. A aposentadoria por tempo de contribuição deixaria de existir.

O benefício do INSS é garantido a todos os brasileiros que contribuem para o sistema. Pelas regras atuais, homens trabalhadores do setor privado podem se aposentar após 35 anos de contribuição.

O teto do INSS é de R$ 5.839 neste ano, mas mesmo que Rial tenha contribuído sempre pelo valor máximo, benefício pago pelo governo ao presidente do Santander deve ter sido reduzido pelo fator previdenciário, que pune aposentadorias precoces.