Além da pior avaliação da história em três meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também foi mal avaliado entre agentes do sistema financeiro. Tirando os apoiadores cegos, os 100 dias conturbados de presidência afetaram até mesmo o apoio do mercado, que não confia mais tanto como antes no presidente.
Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira (8) pela XP Investimentos, a aprovação neste segmento despencou 58 pontos porcentuais em três meses, passando de 86% em janeiro para 28% em abril.
A porcentagem indica os agentes do sistema financeiro pesquisados que consideram “ótimo” o governo Bolsonaro. Aqueles que consideram regular ou péssimo o governo já são 72%.
A tendência já aparecia há um mês. Pesquisa Ibope realizada entre os dias 16 e 19 de março revelava que a proporção de quem considera a gestão de Bolsonaro boa ou ótima caiu de 49%, computados em janeiro, para 39% em fevereiro, chegando a 34% em março.
Detalhes
A sondagem apontou ainda que a expectativa com a reforma da Previdência continua forte. Para 80%, a reforma será aprovada em 2019, mesmo percentual do levantamento de fevereiro. A economia esperada com a reforma se manteve em R$ 700 bilhões em 10 anos, ante a proposta do governo de R$ 1,165 trilhão.
A expectativa é que a PEC da Previdência seja apenas no segundo semestre. Segundo os dados, 61% esperam que a reforma seja votada pela Câmara apenas após o recesso, enquanto 38% esperam que o texto seja votado em junho ou julho. No levantamento anterior, 60% esperavam a votação ocorresse entre maio e julho.
A aprovação final pelo Congresso, com todas as votações em ambas as casas é esperada por 66% dos respondentes para o quarto trimestre de 2019, enquanto 26% esperam que a aprovação se dê já no terceiro trimestre.