Não é exagero algum se dizer que o Brasil tem na atualidade o pior Congresso Nacional de sua história. Se isso significa o retrato da sociedade brasileira, então o País caminha para um abismo sem precedentes.
A eleição de figuras atabalhoadas, hostis à democracia e à diversidade em geral, desvairadas ao ponto de negar à ciência, trouxe ao parlamento um cenário da constante falta de decoro envolto em um mar de estupidez.
Imagine que depois de um senador atacar de forma misógina a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; um outro deputado chamar a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, de prostituta, além de se pronunciar em plenário pedindo para que matem logo o presidente do País, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); agora surge deputada federal catarinense, Júlia Zanatta (PL), com um projeto que proíbe a vacinação de crianças em todo território nacional, até nas pandemias ou em situações de calamidade pública.
A proposta estabelece que a medida seria aplicada a todas as faixas etárias, vetando a exigência de comprovação vacinal para matrículas em escolas, acesso a serviços públicos, emissão de documentos, além da participação em concurso.
Achou pouco no projeto e ainda no Código Penal o crime de “coação vacinal”, com penas que variam de 2 a 4 anos de reclusão.
Esses parlamentares têm em comum um mesmo bloco político. São deputados e senadores do PL, liderados por Jair Bolsonaro.
Essa gente desconsidera que graças a ciência e ao Sistema Único de Saúde (SUS), o País venceu doenças como a poliomielite e o sarampo. E evitou um mal ainda maior durante a Covid-19.
Proibir as campanhas de vacinação no Brasil é expor a população à desgraça. É tornar vulnerável os cidadãos e cidadãs as endemias e pandemias costumeiras, principalmente nas camadas da sociedade que mais dependem da saúde pública.
Sem dúvidas que se trata de um ataque à vida. E o mais lamentável, o projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
Enfim, esses representantes da direita querem proibir campanha de vacinação, mas nunca a sangria dos cofres públicos de mais de R$ 60 bilhões para o orçamento secreto deles.
Aí, sim, exigem: Liberação já!