A Catedral Metropolitana de Maceió, localizada no Centro da capital alagoana, abriu suas portas nas primeiras horas, deste sábado (06), para acolher os fiéis na solenidade de posse de Dom Carlos Alberto Breis, como arcebispo coadjutor da Arquidiocese.
Trata-se um religioso com um trabalho diferenciado na região do sertão da Bahia, onde priorizou o caminho de uma igreja voltada para quem mais precisa de atenção e acolhimento, não se descuidando do fato que a igreja tem que ter olhos e ações para todos os fiéis.
Tanto que na posse os maceioenses não estavam sozinhos. Uma caravana de três ônibus, vinda da Diocese de Juazeiro da Bahia, e uma Van vinda de Ipojuca, se fizeram presentes como uma entrega do seu antigo pastor, para a sua nova casa.
A senhora Maria Clemernita externou a sua emoção. “Perdemos um amigo, pois ele conhece a todos pelo nome, e não faz distinção. É saudade porque ele estará longe. Contudo, é uma alegria, porque sabemos que se ele foi mandando para essas terras é porque ele fez um bom trabalho conosco”.
Vintes bispos, entre eles dos regionais Nordeste 2 e 3, também compareceram para este momento de acolhimento na Igreja Particular de Maceió. O presidente da CNBB do Regional NE 2, Dom Francisco de Sales Alencar, O. Carm, bispo eleito de Mossoró (RN), falou em nome dos demais irmãos no episcopado, da alegria em ter Dom Beto, novamente no regional.
“Ele viveu momentos como frade e provincial habitando o nosso regional no passado, então nos conhece muito bem. A maioria nos nossos bispos são faces familiares. Sempre vivemos a sinodalidade de forma intensa em nossa regional, em uma sinfonia de comunhão e corresponsabilidade entre nós, os bispos, os sacerdotes, vida consagrada e leigos e leigas, sempre construindo os marcos de nossa ação pastoral. É bom tê-lo conosco, e trazendo sua experiência pastoral, possa caminhar conosco neste abraço bonito de comunhão”, disse o bispo.
Após os ritos iniciais, foi lida a carta do Papa Francisco, pelo chanceler da Cúria, cônego Valmir Galdino, com a nomeação de Dom Beto, e com alegria, os presentes acolheram seu arcebispo coadjutor.
Como as águas do Rio São Francisco
A posse solene de Dom Beto aconteceu na sexta-feira, 6, no Teatro do Colégio Marista, com a participação de várias autoridades, incluindo o prefeito JHC, deputado estadual Silvio Camelo (PV) e vereadores.
No ato, o arcebispo coadjutor comparou sua vinda às terras alagoanas, como as águas do Rio São Francisco, de onde ele saiu, e chega agora no encontro delas com o mar.
“Deixei as margens do Velho Chico e agora estou às margens do litoral, como diria o mestre Luiz Gonzaga: o Rio São Francisco vai bater no meio do mar. Não encontro palavras no Aurélio, que se tornou substantivo simples e que faz referência ao filho dessa Arquidiocese. Encontro aqui, ao lado de Dom Muniz, a quem já conheço e estimo há muito tempo, um novo espaço de missão nessa bela Igreja centenária, um espaço de cuidado, substantivo importante em face da ação pastoral e da missão”, falou.
“Logo após a minha nomeação como coadjutor, muitos não familiarizados com o termo, me chamaram de coadjuvante. E achei sugestivo o engano, porque na verdade, na Epifania do Senhor, creio firmemente que nós ministros da Igreja e leigos, somos coadjuvantes, porque é Aquele que humildemente se manifesta pequenino e frágil na manjedoura, é o centro de tudo que realizamos. Porque se não for assim, não seremos mediadores, mas intermediários”.
Dom Beto agradeceu a todo o povo de Juazeiro da Bahia e disse que agora segue para novos desafios e pediu que o povo rezasse por ele.