7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Durante Carnaval: 111 casos de violência contra mulher foram registrados em Alagoas

Conselho Estadual dos Direitos da Mulher se reúne no dia 18 de março para debater a violência contra a mulher.

Durante os dias de carnaval, entre sexta-feira (1ª) e quarta (6), 111 casos de violência contra mulher foram registrados em Alagoas. Levando em conta estes números do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da Secretaria de Estado da Segurança Pública, são mais de 18 casos por dia.

O dia mais violento contra as mulheres foi o sábado, com mais de 31% dos casos, ou 35 no total. Com o feriado até meio-dia e encerrando o carnaval, a quarta-feira de cinzas teve o menor número, com apenas quatro casos.

Brasil

No ano passado, em todo Brasil, mais de 16 milhões de mulheres, com mais de 16 anos, sofreram algum tipo de violência. Destas, quase 5 milhões foram vítimas de agressão física, resultando no triste número de 536 mulheres espancadas por hora no País.

Outro número preocupante foi o de mulheres que se sentiram agredidas neste período: mais de 22 milhões das brasileiras sofreram algum tipo de assédio em 2018. Destas, 19 milhões ouviram comentários desrespeitos andando na rua.

Conselho em Alagoas

A preocupação acerca do aumento da violência contra as mulheres durante o carnaval e da ausência de medidas concretas de prevenção, proteção e atendimento a esse grupo foi um dos assuntos discutidos em uma reunião entre a deputada estadual Jó Pereira (MDB) e representantes do Cedim (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher).

No encontro ocorrido no gabinete da parlamentar, na Assembleia Legislativa, o grupo conversou ainda sobre a pauta a ser apresentada na audiência pública, marcada para o dia 18 de março, para debater a violência contra a mulher.

 “Acredito que seria crucial que as delegacias das mulheres permanecessem abertas durante o carnaval, para o atendimento as mulheres vulneráveis a violência, ou seja, todas as mulheres, e acrescento aí as travestis e transexuais como segmento feminino… Também é importante que se tivesse um olhar mais específico sobre a questão do assédio, que já é naturalizado no cotidiano, e fica ainda mais exacerbado durante o período de carnaval”. Ana Ferreira, presidente do Cedim.

Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, nos meses em que o carnaval ocorre, o índice de violência sexual, para citar apenas um deles, contra mulheres aumenta em torno de 20% em comparação aos outros períodos do ano.