2 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Eduardo Bolsonaro foge há 6 meses de notificação judicial do STF

Ele responde por queixa-crime contra professores; mas a questão é por que ainda não conseguiram notificá-lo?

Há seis meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) vem tentando, sem sucesso, notificar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por queixa crime, mas não o encontra.

O caso é de julho do ano passado, o deputado comparou o que ele chamou de “professores doutrinadores” a traficantes de drogas.

Diante da dificuldade em encontrá-lo, a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) solicitou ao ministro Nunes Marques, do STF, que faça a citação por hora marcada, ou seja, determinando um horário específico para que o parlamentar seja notificado judicialmente.

Apesar do pedido de Luciene, até agora, Nunes Marques, relator do processo no Supremo, ainda não se pronunciou.

Em 23 de outubro do ano passado, o ministro deu um prazo de 15 dias para que Eduardo se manifestasse, o que não ocorreu. Em 29 de novembro, as oficiais de Justiça Federal Cristiane Oliveira e Doralúcia Santos detalharam as dificuldades que enfrentaram ao tentar intimar o deputado.

Elas relatam pelo menos sete tentativas mal-sucedidas de notificação. Segundo o relato enviado ao STF, as oficiais receberam informações desencontradas e imprecisas dos funcionários do deputado. Apesar das promessas de que ele estava prestes a chegar, elas nunca conseguiram encontrá-lo.

O gabinete de Eduardo não possui sala de espera para terceiros, o que dificultou ainda mais o processo. Além disso, houve contradições entre os servidores, com o chefe de gabinete dizendo que o deputado não estava na Câmara, enquanto outros membros do gabinete afirmavam o contrário.

Em um evento pró-armas em julho de 2023, Eduardo Bolsonaro reiterou suas declarações polêmicas, afirmando que “não há diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas que tenta levar nossos filhos para o mundo do crime”.