4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Embaixador dos EUA alfineta Bolsonaro em vídeo após ameaça de ‘pólvora’

No vídeo publicado pelo embaixador, fuzileiros navais aparecem em marcham na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Todd Chapmann, embaixador dos Estados Unidos no Brasil

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, foi às redes sociais na noite desta terça-feira (10) para parabenizar o Corpo de Fuzileiros Navais norte-americano, que atua em Embaixadas e Consulados, pelo aniversário de 245 anos. A publicação ocorre horas depois de o presidente Jair Bolsonaro ameaçar uso de “pólvora” contra o presidente eleito do país, Joe Biden.

No Twitter, Chapman escreve que o “Destacamento de Fuzileiros Navais na Embaixada e nos Consulados dos EUA compartilha uma longa história e uma relação importante e duradoura com a diplomacia que nos permite construir com segurança uma relação bilateral mais forte com o Brasil”.

No vídeo publicado pelo embaixador, fuzileiros navais aparecem em frente ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e marcham na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Na gravação, Chapman também afirma que a embaixada mantém fuzileiros no Brasil para a proteção das missões diplomáticas dos Estados Unidos.

Em seu polêmico discurso feito na tarde desta terça-feira, durante lançamento do programa “Retomada do Turismo”, Bolsonaro criticou declarações sobre o Brasil feitas pelo presidente eleito dos EUA, Joe Biden. Sem citar o nome do democrata, o ex-capitão afirmou que uma das formas de “fazer frente” à declaração é usar “pólvora”, pois “apenas na diplomacia não dá”.

“Assistimos há pouco um grande candidato a chefe de Estado dizer que se eu não apagar o fogo na Amazônia levanta barreiras comerciais contra o Brasil. Como é que nós podemos fazer frente a tudo isso?”, disse o presidente.

“Apenas na diplomacia não dá. Porque quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, se não, não funciona. Precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo”, completou.

No quartel-general do Exército, em Brasília, militares não teriam endossado as declarações do presidente. Segundo informações de Carla Araújo, no UOL, a ordem interna foi ignorar as declarações. “Sem comentários”, disseram os membros do Exército.