Maceió tem cerca de 40 quilômetros de orla marítima. Partindo do Pontal da Barra (entrada sul da cidade), até a Praia de Ipioca (na saída pelo litoral norte), são vários os espaços urbanos que incluem praias famosas, como Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Cruz das Almas, todas na parte mais central da capital, além dos outros aglomerados urbanos de menor densidade, que se estendem por Jacarecica, Garça Torta, Guaxuma e Riacho Doce, até o limite com Paripueira.
E por toda essa extensão, um fenômeno vem se agravando com o passar dos anos: A erosão costeira provocada pelo avanço do mar, que parece querer de volta o espaço tomado pelo concreto urbano que delimitou a faixa de praia.
Mudanças climáticas; falhas no planejamento urbano; obras sem critério… São muitos os fenômenos que – diga-se de passagem – afetam não apenas a faixa costeira de Maceió e não só o litoral alagoano. Especialistas apontam o Brasil entre os países mais vulneráveis ao aumento do nível dos oceanos. O 17º, segundo estudo divulgado em 2021, pela ONG Climate Central, citando as cidades de Porto Alegre, Santos, Salvador, Recife, Fortaleza e São Luís do Maranhão como as mais ameaçadas.
Maceió não entrou nesse ranking, assim como outras cidades costeiras que também vivem esse drama. Mas isso não reduz a sua vulnerabilidade. Quem chega à cidade e passa pela faixa de praia entre o Pontal da Barra e a região do Trapiche já sofre o impacto do contraste entre a beleza do mar e a visão assustadora do processo erosivo que já engoliu o passeio público e parte da pista. É preciso cuidado redobrado ao transitar por ali. Nas praias de Ponta Verde, Jatiúca e Cruz das Almas, barracas e outras estruturas que integram o complexo urbano da orla marítima também vivem ameaçadas pelos “sopapos” da maré.
Muitos espaços já foram destroçados pelo avanço do mar. E antes que isso se agrave, todas as cidades localizadas na costa brasileira – do Oiapoque ao Chuí – precisam levar a sério o processo de planejamento urbano, respeitando os limites do mar e de outros componentes da natureza, que nos foi generosa, de norte a sul do país.
Mas, e o caso das situações que se consolidaram ao longo dos anos; das intervenções que, literalmente se concretizaram, principalmente nas construções imobiliárias… O que fazer para evitar que o avanço do mar se torne uma ameaça a esses espaços de convívio familiar e urbano e à própria cida? Quais os procedimentos mais adequados? Tem como harmonizar, no meio ambiente costeiro, as consequências das intervenções humanas e dos chamados fenômenos naturais?
Nesta quinta-feira, vamos falar sobre isso, na live do instagram @Éassminotícias. E nosso convidado é o engenheiro civil Marco Lyra, renomado especialista em obras de defesa costeira, com MBA em gestão ambiental de desenvolvimento sustentável, palestrante, escritor, autor de vários artigos sobre erosão costeira, atualmente consultor em projetos de controle de erosão costeira e recuperação de praias com o uso de dissipadores de energia Bagwall e Sandbag no litoral nordestino do Brasil.
Estaremos no ar a partir das 20h.
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