Para quem achava que religião e política não deveriam se misturar tende a perceber que nada existe por acaso, sobretudo quando os interesses passam pelo centro nervoso do poder.
Imagine que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, decidiu usar as igrejas evangélicas para coletar as 491 mil assinaturas necessárias para a criação do seu partido Aliança Pelo Brasil. Aquele que tem como logomarca um quadro constituído por cartuchos de balas de revólveres.
Em sendo assim, ele que começará a coleta de nomes de brasileiros e brasileiras, tementes a Deus, na próxima semana. Terá à sua disposição, de imediato, as igrejas neopentecostais.
A igreja Sara Nossa Terra foi a primeira a se colocar à disposição para coletar nomes, RG e CPF de seus seguidores para o novo partido. A igreja tem 2 milhões de fiéis em 1,2 mil templos no país. Só ela já garante de sobra a legenda.
Mas, soma-se aí a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil que também se juntou ao projeto partidário com a força dos fiéis, em nome de Deus.
Bolsonaro tem até abril para coletar as assinaturas. Por isso mesmo, os líderes evangélicos já determinaram os pastores de cada igreja a usar “as ovelhas” na causa.
Tudo em nome da fé. E da política, principalmente.