Brasil -Uma divisão clara e um mar de incertezas consomem hoje os tucanos do PSDB, principal partido de oposição ao governo do PT. E a questão está centrada em torno do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tudo isso por que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, estrela maior do tucanato, considerou “precipitação” a iniciativa de partidos políticos de abrirem um processo de impeachment contra a presidente.
Ao participar de um fórum político em Comandatuba, no sul da Bahia, FHC se colocou contrário ao próprio partido, que encomendou pareceres de juristas sobre a viabilidade de um impedimento motivado pelas “pedaladas fiscais”, que o ex-ministro Guido Mantegna utilizou para fechar as contas do governo no ano passado. Mas, se para o ex-presidente da República o impeachment é uma precipitação, para os senadores Aécio Neves e Aloisio Nunes a matéria já virou uma obsessão.
Fernando Henrique parte do princípio de que o “impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva ou não houve razão objetiva. E quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a polícia, o tribunal de contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido”.
Para o ex-presidente não se pode fazer um impeachment fora das regras da democracia. Entende que qualquer outra coisa é precipitação.
Fernando Henrique também reagiu às afirmações de que manobras fiscais também aconteceram no governo tucano, entre os anos de 2001 e 2002, comentadas pelo ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral). “Duvido que tenha havido alguma coisa desta magnitude. Certamente não. E, se foi feito, foi errado”. Concluiu.