7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Flávio disse que errou ao “confiar demais” em Queiroz e quer fim de inquérito

Pomotores investigam uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão na conta de assessor do filho do presidente

Flávio quer o fim da investigação “ilegal” do caso Queiroz: corrupção

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), acredita ser vítima de uma investigação ilegal do Ministério Público do Rio de Janeiro e defendeu o arquivamento do caso.

As declarações foram dadas em entrevista ao ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele ainda afirmou que seu erro pode ter sido “confiar demais” no ex-assessor Fabrício Queiroz.

Os promotores investigam uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz enquanto ele trabalhava no gabinete do político na Assembleia Legislativa do Rio. Para ​Flávio, a indicação de que o Ministério Público pedirá a quebra de sigilo bancário e fiscal dele é uma medida para dar “verniz de legalidade” à investigação.

Ele afirmou ainda que o ex-funcionário gozava de sua confiança quando trabalhava no gabinete, mas agora “está demonstrando que não é merecedor dela”. O parlamentar reclamou que o ex-assessor demorou a se manifestar quando surgiram as primeiras suspeitas e que, por isso, foi “sendo fritado enquanto ele não falava nada”.

Tsnumai

Tsunami

Ao prever um “tsunami” rumo à administração pública, o presidente Jair Bolsonaro fez referência à possibilidade de recolocar na Esplanada os 29 ministérios de Michel Temer, e o Congresso já se movimenta para indicar nomes de possíveis ministros.

Entretanto, muitas apostas apontam que o tsunami seja a quebra de sigilo do senador Flavio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz. O Ministério Público espera para os próximos dias a decisão favorável da Justiça sobre um pedido formal de investigação nas contas bancárias e nos telefonemas do filho do presidente com seu antigo chefiado.

Pode ficar provado o crime conhecido como rachadinha, com dinheiro recolhido por Queiroz entre os funcionários do gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro indo parar na conta do parlamentar.

Se essa especulação se confirmar pelo exame das contas bancárias de ambos, o senador passaria a correr até mesmo o risco de perder seu mandato, num processo que pode ser tão longo quanto desgastante não apenas para ele, mas também para seu pai. Seria, sim, o que se poderia chamar de tsunami no clã Bolsonaro.