O movimento de oposição ao presidente Jair Bolsonaro vem ganhando força nos últimos dias, no seio da sociedade civil, mas também no meio político, principalmente no Congresso, a quem cabe decidir sobre as dezenas de pedidos de impeachment que se acumulam na gaveta aberta do presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, com cheiro de pólvora.
Podem explodir a qualquer momento, como um eco das manifestações que ganham volume na mesma medida em que o presidente abre a boca em declarações polêmicas e descompensadas, sobretudo em relação à pandemia do coronavírus; o quadro grave que se alastra em vários cantos do Brasil e o processo de imunização que dá seus primeiros passos em todo o país, a partir da vacina produzida no estado de São Paulo, cujo governador, ele – o presidente – elegeu como um dos seus mais incômodos adversários.
Pesaram no agravamento desse processo de desgaste as dificuldades criadas pelo governo federal, a falta de incentivo e a tentativa de desacreditar a vacina desde o início do processo, em declarações desastrosas feitas pelo presidente ao longo dos estudos, experiências e aprovação do tão esperado imunizante, que abre uma artéria de esperança ao povo brasileiro.

Na tarde deste domingo (17) teve manifestação em frente ao Palácio do Planalto. Cerca de 200 pessoas – pouca gente, se estivéssemos numa situação sanitária normal. Mas, considerando a gravidade do momento que vivemos, com os números de contaminacão, adoecimento e morte subindo acelerados na direção do pico, pode-se considerar bastante simbólica.
Enquanto isso, no Congresso, mais um pedido de impeachment está chegando para somar-se aos 56 que Rodrigo Maia deve deixar para o seu sucessor resolver. Esse novo pedido vem assinado por cinco partidos (Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT) que juntos reúnem 119 deputados. O eixo é o colapso da saúde em Manaus e a falta de ação do governo federal para evitar que isso acontecesse, mas o pedido acusa o presidente de cometer “crimes de responsabilidade em série” na condução da pandemia do coronavírus.
Em nota conjunta, os partidos dizem que “O presidente da República deve ser política e criminalmente responsabilizado por deixar sem oxigênio o Amazonas, por sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, por desincentivar o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes, por difundir desinformação, além de violar o pacto constitucional entre União, Estados e Municípios”.
E a oposição dá sinais de pressa, cobrando o fim do recesso parlamentar para abrir a pauta doimpeachment.
E daí, Rodrigo Maia?