O mundo está se tornando, de fato, uma fuleiragem sem fim. A maldade humana, em nome de interesses desavergonhados, também está sendo relativizada de forma trivial.
Na vida, entre defeitos e virtudes, ninguém é puro, nem santo. Os erros são inerentes à condição do ser. Agora fazer do desrespeito, da ignorância e da bizarrice desmedida um estilo de vida é a explosão da mediocridade.
O pior é que há, cada vez mais, gente se sentindo legitimado e respaldando essa onda de estupidez e barbárie dos tempos modernos, que lhes contemplam a alma e alimentam o ego.
Para quem não está entendendo nada, vale citar o caso de uma deputada federal que alugou um apartamento em Brasília e descobriu, tempos depois, que toda a sua privacidade estava sendo observada por câmeras escondidas. Inclusive no quarto e no banheiro.
É uma fuleiragem, mas também se tornou um esdrúxulo e rentável negócio espionar a intimidade alheia.
Mas, lá em Brasília também, um segurança foi a júri por ter espancado barbaramente uma jovem trans e só não a matou por que houve intervenção de outras pessoas. Ficou livre da tentativa de homicídio por que os jurados entenderam que ele apenas deu uma corretiva na vítima. Aliás, o índice de feminicídio por lá é um dos maiores do País.
Há também o caso de uma deputada do Maranhão que fez um debate no parlamento e defendeu a criação do Dia da Família, onde só participassem os deputados – os machos. Segundo ela, por que “o homem é o cabeça da família” e “a mulher é submissa ao seu marido”.
A “nobre” deputada ainda disse que sua exposição era uma “manifestação divina”. Fuleira ou não?
Mas é disso para pior. A irracionalidade, tal como a insensatez, fixou morada no corpo, na alma, na mente e no coração dessa gente.
A festa acabou, José. Sabe, tudo isso está muito além de Pasárgada.