6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

General demitido diz que governo Bolsonaro é show de besteiras

Santo Cruz diz que a cada dia há uma bobagem para distrair a população.

Santos Cruz: “Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem.”. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

 

Em entrevista à revista Época, o general Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), falou sobre sua exoneração e criticou a atual gestão. Segundo ele, o “show de besteiras” no governo impede o público de “enxergar as coisas boas”.

De acordo com a reportagem, o general e o capitão se conheceram na 2ª Região Militar, em Campinas, e ficaram muito amigos. Após assumir o cargo de ministro, em janeiro, Santos Cruz se envolveu em crises com os filhos do presidente e foi atacado pelo escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro.

O general lamentou a falta de foco do governo. “Estou dizendo que tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada”, declarou.

“Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes”, continuou.

Santos Cruz negou que a demissão ocorreu por causa de um embate com o secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. Apesar de ter dito que preferia não dar muitos detalhes sobre sua saída, ele admitiu que planeja escrever algo sobre suas “impressões pessoais” no futuro.

Demissão 

O secretário de Governo general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi demitido no dia 13 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro.

O ministro se envolveu em atritos com Carlos Bolsonaro e, segundo a “Folha“, também teve conflitos com o escritor Olavo de Carvalho, guru do presidente. Carlos criticou publicamente os rumos da comunicação do Palácio do Planalto, que estava sob a responsabilidade do general, além da articulação política com o Congresso.