A crise entre militares e “olavistas” no governo pode ter piorado, depois que as Forças Armadas foram comunicadas que precisaram aumentar o contingenciamento inicialmente previsto nos recursos destinados à Defesa.
Antes de 21%, agora o bloqueio será de 44% dos R$ 13,1 bilhões do orçamento da área, o equivalente a R$ 5,8 bilhões. Só é menor do que o corte previsto na Educação, de R$ 7,3 bilhões.
A notícia foi dada durante almoço do presidente Jair Bolsonaro com os comandantes do Exército (Edson Pujol), da Marinha (Ilques Barbosa Jr.) e da Aeronáutica (Antônio Carlos Bermudez). O ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, também participou do encontro, que ocorreu no quartel-general do Exército, em Brasília.
Os militares ouviram a promessa de que, com a esperada recuperação da economia, a verba possa ser desbloqueada para não afetar os projetos em andamento considerados prioritários. O mesmo discurso foi usado mais tarde pelo porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros.
Bolsonaro diz que acredita nas forças armadas
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a cerimônia do Dia da Vitória na Segunda Guerra nesta quarta-feira (8), no Rio de Janeiro, para elogiar as Forças Armadas em meio ao conflito entre militares e a ala ideológica do governo. Ao mesmo tempo, porém, defendeu que “cada um faça o seu papel”.
“Eu acredito nas Forças Armadas brasileiras. Nós acreditamos no povo brasileiro. E, juntos, poderemos fazer um Brasil diferente do que nos foi legado nos últimos anos. Porque nós, o povo, podemos sim comandar e cada um cumprir o seu papel tendo como norte simplesmente o exemplo”. Jair Bolsonaro, presidente.
Ele pode até acreditar, mas na mesma medida que Olavo de Carvalho ataca o alto escalão do exército, no Twitter o presidente mostra claramente que está do lado de seu guru ideológico.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 7 de maio de 2019