4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

IMA faz coleta nas praias atingidas por óleo para identificar riscos

Equipes vão analisar os parâmetros inorgânicos e hidrocarbonetos nas amostras do litoral norte, na capital e no litoral sul

Coletas começaram em Maragogi e JaparatingaFoto: Ascom IMA

Os técnicos da equipe de laboratório do Instituto do Meio Ambiente (IMA) deram início, nesta terça-feira (29), às coletas de amostras que deverão apontar condições das áreas mais afetadas por óleo na costa alagoana. O trabalho segue até a quarta-feira (30) para dar início às análises.

As coletas foram iniciadas em Maragogi e Japaratinga, na tarde desta terça-feira (29). No início da manhã da quarta-feira (30) será a vez de coletar amostra em Piaçabuçu e no período da tarde, provavelmente, por volta das 15h, a coleta será feita em Maceió. A capital e os outros três municípios foram escolhidos para a análise por causa da grande procura por parte dos usuários.

Não está descartada a possibilidade de novas coletas e análises, conforme a necessidade. As coletas não haviam sido feitas anteriormente por causa da imprevisibilidade da chegada de novas machas de óleo. Com a diminuição das áreas oleadas na costa alagoana as coletas começaram a ser feitas. A equipe acredita que os resultados, agora, serão mais precisos.

As amostras serão enviadas para serem analisadas em um laboratório particular quanto a parâmetros inorgânicos, como cobre e ferro dissolvido, hidrocarbonetos totais de petróleo e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. A perspectiva é que as análises fiquem prontas entre 10 e 15 dias.

Os resultados serão somados ao relatório de balneabilidade das praias e, dessa forma, deverão conferir maior segurança aos banhistas. Até então essas praias não eram indicadas aos banhistas para que, da mesma forma, se evitasse o contato com as manchas. Agora que começam a ficar limpas precisam ser avaliadas se ainda oferecem algum risco aos usuários.

O total de material coletado nos locais afetados pelas manchas de óleo passa de 1.600 toneladas

Cronograma desta terça

  • O Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA) se reúne diariamente, às 17h, na sede da Capitania dos Portos, em Maceió. Durante as reuniões são discutidas as situações dos municípios e o direcionamento dos esforços de trabalho.
  • O GTA é formado por representantes dos órgãos estaduais – Instituto do Meio Ambiente (IMA) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh); federais – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Marinha – Capitania dos Portos; e Exército. Contando ainda com o apoio das secretarias de Meio Ambiente dos municípios atingidos, reforço da Defesa Civil do Estado e apoio da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris).
  • Representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) relataram, durante reunião da segunda-feira (28), que pelo menos 14 professores estão à disposição para colaborar com os trabalhos. Além disso, deverão fazer coletas de amostras em 10 diferentes pontos para analisar metais e hidrocarbonetos. Relataram ainda que coletaram 25 peixes carapebas, entre Maceió (bairro de Ipioca) e Paripueira, mas não encontraram vestígios de óleo.
  • A equipe do IMA realiza coleta de amostras nas praias de Maragogi e Japaratinga na tarde desta terça-feira (29). Para a quarta-feira (30) estão previstas coletas em Maceió e Piaçabuçu. As mostras serão encaminhadas para análise de óleos e graxos em um laboratório contratado pelo Instituto.
  • Até o momento já foram feitos mergulhos para analisar a situação de corais e arrecifes em: Ipioca (Maceió) – Ufal; Paripueira – Ufal, Coruripe – Ufal; Francês (Marechal Deodoro) – mergulhadores da Defesa Civil do Estado; Pajuçara (Maceió) – empresa parceira do IMA. Em nenhum dos mergulhos foi constatada a presença de óleo nos locais.  As áreas dos corais, em Coruripe e em Feliz Deserto deverão passar por averiguação mais detalhada.
  • Entre terça e quarta-feira (28 e 29), o Exército levantou dois acampamentos para trabalhar, por tempo indeterminado, nos dois municípios mais afetados: Piaçabuçu e Japaratinga.
  • Piaçabuçu. Continuam as ações de limpeza, desde a região da foz do rio São Francisco até o município de Feliz Deserto, onde acontece, nesta quarta-feira (29), um mutirão de trabalho com a participação dos colaboradores do IMA.
  • Coruripe. Continuam os trabalhos feitos por uma empresa contratada pela Petrobrás para a retirada do óleo dos beachrocks (espécies de pedras existentes na areia).
  • Barra de São Miguel. Continua a ação de limpeza articulada pela prefeitura local.
  • Japaratinga. O trabalho mais intenso segue nesse município, com cerca de 170 pessoas, entre reeducandos do sistema prisional, soldados do Exército e da Marinha, brigadistas do Ibama e do ICMBio, trabalhadores contratados pelo IMA e pela prefeitura e Defesa Civil estadual.
  • Maragogi. A maior parte das áreas afetadas em Maragogi já foram limpas, mas seguem sendo monitoradas. Aquelas que ainda há fragmentos de óleo estão sendo limpas por trabalhadores contratados pelo IMA e pela prefeitura.
  • O total de material coletado nos locais afetados pelas manchas de óleo passa de 1.600 toneladas, entre óleo e areia contaminados, considerando que são 42 pontos afetados no Estado e que na verificação de retorno não houve registro em cinco locais.