6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Irmãos Boiadeiro pegam penas entre 45 e 58 anos de prisão

Julgamento iniciado ontem pela manhã foi conduzido pelo juiz titular da 8ª Vara Criminal, no Fórum da Capital

Em julgamento prolongado – durou todo o dia e parte da noite de ontem – a Justiça alagoana condenou os irmãos José Márcio Cavalcanti de Melo (Baixinho Boiadeiro), José Anselmo Cavalcanti de Melo (Pretinho Boiadeiro), e Thiago Ferreira dos Santos, conhecido como Pé de Ferro, pelos crimes de duplo homicídio, em que foram vítimas Edivaldo Joaquim de Matos e Samuel Theomar Bezerra Cavalcante Júnior, e de tentativa de homicídio contra Theobaldo Cavalcante Lins Neto.

José Márcio deverá cumprir pena total de 45 anos e 10 meses de reclusão; José Anselmo Cavalcanti de Melo e Thiago Ferreira dos Santos e deverão cumprir pena de 58 anos e 4 meses de reclusão, cada um.

O julgamento foi conduzido pelo juiz John Silas da Silva, titular da 8ª Vara Criminal de Maceió, no Fórum do Barro Duro. Após a sentença, os três tiveram a prisão decretada.

Os crimes ocorreram em maio de 2006, no município de Batalha (AL). Na época, Edvaldo e Samuel eram, respectivamente, segurança e cunhado do então prefeito de Batalha, Paulo Dantas – hoje deputado estadual.

Theobaldo, o sobrevivente, foi uma das primeiras testemunhas ouvidas pelo júri, ontem pela manhã. Segundo relatos das testemunhas , acusados e vítimas estavam em bares vizinhos no centro da cidade, e o conflito começou quando a mulher identificada como Karen, que acompanhava, na ocasião, Emanuel Messias de Melo Araujo (Emanuel Boiadeiro), iniciou discussão com Marina Dantas, esposa do prefeito.

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) diz que Emanuel, hoje falecido, teria efetuado os disparos contra as três vítimas. Mas o promotor Antônio Villas Boas sustentou que todos são culpados.

“Quem participa do crime não é somente aquele que aciona o gatilho e atira contra a vítima, mas todos aqueles que de qualquer forma concorreram para a ação delituosa. Todos os réus aqui presentes concorreram e atiraram contra o veículo onde se encontravam as vítimas, e agiram como espécie de garantidores do executor material”, disse o representante do MPE.

O advogado Raimundo Palmeira fez a defesa dos três réus, tentando convencer os jurados de que eles não participaram. “O réu responsável pelo homicídio se apresentou, muito posteriormente, e confessou o crime. As testemunhas são praticamente unânimes em dizerem que estes réus não participaram da empreitada”, disse.

Foi acusado ainda nesse crime José Marcos Silvino dos Santos, mas ele também já é falecido.