7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Jovem morre ao cair do alto do edifício The Square, na Jatiúca. Primeira hipótese é de suicídio

Prédio comercial de 10 andares reúne escritórios e consultórios médicos

 

Concentração de populares no local da ocorrência – Foto Patrícia Barros (Cortesia

Suicídio, homicídio, acidente? Uma jovem morreu na manhã desta segunda-feira, em decorrência de uma queda de um andar alto do edifício The Square, um prédio comercial de 10 andares, localizado na Avenida Antônio Gomes de Barros (mais conhecida como Av. Amélia Rosa), no bairro da Jatiúca, em Maceió.

As primeiras informações (extraoficiais) são de que ela estaria no prédio para uma consulta médica. E que após ser atendida, ela subiu até a cobertura do prédio, no 10º andar, de onde teria se jogado. Há informações de que uma testemunha que passava pelo local, ainda gritou ao perceber a intenção da moça em se jogar, mas não conseguiu evitar o ato. No entanto, os levantamentos policiais e periciais estão sendo feitos pelos órgãos oficiais, que já se encontram no local, e todas as hipóteses devem ser investigadas.

O clima no local é de desolação.

UM PROBLEMA GRAVE

O suicídio é, hoje, a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Entre os homens nesta faixa etária, é o terceiro motivo mais comum; entre as mulheres, o oitavo. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida no planeta. E quase 80% desses óbitos são identificados em nações de renda baixa e média, segundo dados de 2016.

São quase 800 mil suicídios acontecendo no mundo por ano, um número alarmante. E como nestas estatísticas não são levadas em conta o número de tentativas, é preciso reconhecer a gravidade da situação.

Só no Brasil, com dados de 2016, foram registrados 11.433 mortes por suicídio, um caso a cada 46 minutos. A maioria causada por problemas como a depressão, uma doença que avança em todas as idades e faixas sociais e que precisa ser levada muito a sério pelas famílias e instituições de saúde.

A ciência ainda não tem uma cura definitiva para os casos clínicos de depressão, embora tratamentos ajudem a amenizar os sintomas dos portadores, que vão desde irritabilidade, ansiedade e angústia, ao desânimo, desinteresse, falta de motivação e apatia, até à falta de vontade de viver.

A política de saúde mental é um fator de proteção e estudos do Ministério da Saúde apontaram que o risco de suicídio é reduzido em 14% em municípios com a presença de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

É preciso pensar nesses dados e encarar a saúde mental como prioridade no sistema de saúde pública, inclusive com a realização de campanhas que lancem um novo olhar sobre a depressão e seus sintomas: um olhar atento e cuidadoso, associado ao tratamento adequado, pode salvar muitas vidas.

(*) Após os exames periciais, foi descartada a hipóteses de gravidez