5 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Julian Assange, Fundador do Wikileaks, é preso em Londres

Estava na embaixada equatoriana, onde se refugiava há quase sete anos

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi preso hoje (11) em Londres, depois de a polícia ter permitido sua entrada na embaixada equatoriana, onde ele se refugiava há quase sete anos.

O Serviço da Polícia Metropolitana confirmou a prisão de Assange, de 47 anos. As autoridades afirmaram que foram convidadas pelo próprio embaixador a entrar na embaixada após a retirada do asilo político concedido pelo país sul-americano ao jornalista.

A presidência do Equador confirmou a remoção do asilo, citando violações de convenções internacionais. O presidente Lenin Moreno anunciou o que chamou de “decisão soberana”, em comunicado divulgado nesta quinta-feira.

O fundador do Wikileaks, que estava abrigado na embaixada equatoriana desde 2012 para evitar extradição, esteve por trás de um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história dos Estados Unidos.

A embaixada então solicitou sua prisão por crimes sexuais. O comunicado da polícia afirma também que Assange foi preso em decorrência de um mandado emitido pelo Tribunal de Magistrados de Westminster em 2012, por não se render ao tribunal.

Imagens exibidas por canais de televisão mostraram agentes da polícia de Londres retirando Assange, com uma longa barba branca, do edifício da embaixada equatoriana, que fica no elegante bairro londrino de Knightsbridge.

Estados Unidos

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação criminal contra Assange, relacionada à publicação de documentos secretos.

Ele também é suspeito de ter apoiado a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016, ao divulgar material roubado dos computadores da campanha de Clinton e do Partido Democrata.

Em julho, o Departamento de Justiça acusou 12 oficiais de inteligência russos de hackearem esses computadores, e a acusação afirma que pelo menos um deles estava em contato com o WikiLeaks.

A plataforma de difusão de documentos secretos WikiLeaks, que alertou há vários dias que o presidente equatoriano Lenín Moreno estava disposto a retirar de Assange a proteção diplomática concedida há quase sete anos por seu antecessor Rafael Correa, classificou a decisão de Quito como “ilegal” e “em violação ao direito internacional”.