Brasil – Mergulhadas no mar de corrupção no País, de acordo com as investigações da Operação Lava Jato, as grandes empreteiras denunciadas no caso querem receber o perdão do governo. É como se dissessem os corruptos sejam presos, mas os corruptores não.
Por isso estão oferecendo indenizações milionárias ao próprio governo para que possam continuar operando nos contratos públicos sem nenhum obstáculo.
As empreiteiras temem, de fato, ficarem impedidas definitivamente de fazer contratos com o governo, devido ao envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Atualmente, os acordos de ressarcimento à estatal e à União correm na CGU (Controladoria-Geral da União), mas podem não prosperar porque as construtoras ainda têm o risco de serem condenadas pela Justiça e ficarem impedidas de fazer negócios com o governo, conforme publicação do jornal Folha de São Paulo. Uma proibição assim levaria muitas empreiteiras à falência.
A nova proposta de negociação transfere a competência da CGU para AGU (Advocacia-Geral da União) e prevê que os beneficiários fiquem livres da culpa desde que pagassem seus débitos integrais e à vista. Fosse na CGU, haveria desconto desses valores.
Outro motivo da transferência para a AGU é que a CGU não tem autoridade para fazer esse tipo de acordo, segundo a Folha. Para evitar que o governo seja acusado de favorecer empreiteiras, o pagamento seria com ações que dão direito de decisão sobre o rumo das empresas. Assim, os executivos seriam punidos e dariam suas ações para sair do negócio.
As ações seriam leiloadas na Bolsa de Valores e qualquer investidor poderia participar da oferta por meio de fundos.
Hoje, as ações das companhias envolvidas no esquema (como Camargo Corrêa e OAS) valem muito pouco porque as empresas estão praticamente paralisadas. Com um acordo, poderiam voltar a operar normalmente e as ações tendem a se recuperar.