
Por decisão do presidente Arthur Lira (PP), a Câmara dos Deputados vai instalar um grupo de trabalho para tratar da limitação de poderes do Supremo Tribunal Federal (STF) perante o Legislativo.
Contrariado com o STF e com o Palácio do Planalto, Lira sinalizou com a possibilidade de dar andamento a seis CPIs que já têm assinaturas suficientes para instalação.
As comissões parlamentares no foco de Arthur Lira são as que atrapalham a vida do governo Lula, dentro do plenário da Câmara e além dele, uma vez que tumultuarão a vida do governo.
Pesam nessa história a contrariedade do comandante da Câmara dos Deputados, a partir dos dissabores recentes que teve com o Planalto, após a briga com o ministro Alexandre Padilha, bem como o clima de tensão vivido com o Poder Judiciário, em função da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, apontado em delação como o mandante do duplo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes.
O certo é que o clima na esplanada dos ministérios em Brasília é tão árido, que, segundo o jornalista Ricardo Noblat, em artigo do Metrópoles, “se Lula não fizer o que ele quer, Arthur Lira ameaça pegar em armas“.
Deixando o exagero de lado, a confusão é forte e prevalecem no caso os interesses que envolvem o nicho de poder de cada um. Embora há os que sempre querem mais poder e, notadamente, pouco estão se importando para a harmonia dos poderes na democracia.
Enfim, a nove meses de deixar o comando da Câmara, Arthur Lira não abre mão de deixar no seu lugar um parlamentar que ele possa chamar de seu.
E obviamente, que ele sabe bem as razões que tem.