6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Maceió e os endinheirados com R$ 150 milhões para compra de votos

Veja que o voto deixou de ser a arma do povo e as eleições agora remetem a um milionário empreendimento

Hoje, 6 de outubro, dia das eleições municipais, tinha tudo para ser uma data dedicada à cidadania e de valorização da democracia.

Tinha sim. Mas os sinais são de violentação dos direitos em nome do poder.

Eleitores nas ruas indo aos locais de votação poderiam erguer a cabeça na certeza de cumprir de forma plena, livre e consciente, o seu dever cívico. Mas, não é assim que a banda toca.

Uma informação levantada pelo portal 082notícias indica que só em Maceió, este ano, “os compradores de votos irão movimentar o mercado, injetando mais de R$ 150 milhões” para fins eleitorais.

E aí está o problema. De repente, nesta época, aparece dinheiro a rodo, aos montes. Ou como tuias de ervas daninhas.

Enfim, as eleições se tornaram um grande empreendimento de mercado, onde se projeta quem tem o poder da grana que os ergue, mas destrói, sem dó e sem receio, a senhora democracia. E são muitos os que não têm apreço por ela.

Hoje há uma elite que disso trata. E o faz para empoderar os familiares nas instituições, sejam legislativas ou executivas.

Os nomes em disputa eleitoral, na capital e no interior alagoano, falam por si só. Não deve ser diferente nas demais regiões do País.

Agora convenhamos: a suspeita de R$ 150 milhões para a compra de mandatos, só na capital alagoana, deveria merecer todos os olhares da justiça eleitoral e demais instituições fiscalizadoras.

E o pior é que, uma vez eleitos, os endinheirados posam de anjos e santos e proclamam: Foi a vontade do povo!

E assim sendo, nunca é demais lembrar o poeta Thiago de Mello em Canção do Amor Armado:

                                                             De repente o voto deixou

                                                             de ser dever e de ser cívico,

                                                             deixou de ser apaixonado e belo

                                                             e deixou de ser arma — de ser a arma,

                                                             porque o voto deixou de ser do povo.

 

 

 

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