6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Massa muscular é importante para manter a longevidade, diz estudo da USP

O sedentarismo é uma vilão para a qualidade de vida de qualquer indivíduo e está diretamente relacionado com aumento de gordura corporal e diminuição de massa muscular. Um estudo feito por pesquisadores de Universidade de São Paulo constatou que pessoas com baixa quantidade de músculo corporal tem maior risco de mortalidade, sendo que para as mulheres é 63 vezes maior, e entre os homens 11,4. O resultado foi publicado no periódico Journal of Bone and Mineral Research.

Durante dois anos – de 2005 a 2007 – foram analisados dados de 839 pessoas com idade de 65 anos ou mais. Passados quatro anos, verificou-se que 132 morreram, entre eles, a maioria não praticava exercícios físicos e tinha doenças do coração (43,2%) e diabetes. Essas doenças crônicas indicam a baixa porcentagem de músculo nos membros, pois elas são inflamatórias, e é comprovado cientificamente que as inflamações diminuem a produção muscular.

Os voluntários foram selecionados com base nos dados divulgados pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número é significativo e relevante porque constitui uma amostra representativa da população de idosos do país. Para a análise final dos pesquisadores foram incluídos 323 (39%) homens e 516 mulheres (61%). Nessa amostra, a frequência de baixa massa muscular ficou em torno de 20% em ambos os sexos.

Para registrar os dados com maior precisão, todos os voluntários foram submetidos a um exame de densitometria, que é feito de forma rápida e indolor e com baixa intensidade de exposição aos raios X. O exame oferece aos pesquisadores informações de massa óssea, magra (muscular) e de gordura do corpo inteiro ou de partes específicas, expressas em porcentagem da massa total.

Sarcopenia

O envelhecimento desencadeia processos naturais no corpo, como a perda natural de massa muscular a partir dos 40 anos, em quantidade de 0,5% ao ano, e após os 65 anos, de 1%. Esse fenômeno, quando excede o normal e diminui também a força muscular, é chamado de sarcopenia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a condição chega a afetar 46% dos indivíduos acima de 80 anos.

A sarcopenia pode ser ainda mais perigosa quando combinada com a osteoporose. O idoso fica muito vulnerável e ainda mais suscetível a quedas e traumas físicos. Se não tratada, ela pode diminuir consideravelmente a independência do idoso, visto que diminui a força, agilidade e equilíbrio.

Para ou reverter a condição, é necessário praticar exercícios físicos com acompanhamento de profissionais da área. A atividade ajuda ainda a manter o equilíbrio e controle motor, essencial para prevenir quedas e possíveis fraturas – episódios que são frequentes na velhice. Tem ainda como benefício a melhora do funcionamento cardiovascular.

A alimentação também é parte importante da prevenção. Deve-se manter uma dieta com consumo ideal de proteína. O bom e velho prato brasileiro, arroz, feijão e carne são verdadeiros aliados para a produção de massa muscular. E ainda, grão de bico, amêndoas, ovos, peixes, frango e lentilha ajudam muito no processo de construção da massa muscular.

Quando necessário fazer uma suplementação, é comum fazer o uso de whey protein ou barrinhas de proteína, pelos muito benefícios à saúde, mas a recomendação é de sempre procurar um profissional para receitar a quantidade diária ideal de consumo.