6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Metade dos brasileiros com mais de 25 anos estão sem o ensino básico

No processo de ensino brasileiro o corte racial deixa os negros em desvantagem

Dados do IBGE revelam falhas na estrutura do ensino no País

Mais da metade dos brasileiros de 25 anos ou mais não conseguiu concluir a educação básica. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018, divulgada nesta quarta-feira,19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento mostra ainda que o país continua sem cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) para combater o analfabetismo. De acordo com o PNE, o Brasil deveria reduzir para 6,5%, até 2015, o percentual de analfabetos. No ano passado, porém, o número ainda era de 6,8%.

Segundo a Pnad, o Brasil tem 11,3 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Em relação a 2017, houve uma queda de 0,1 ponto percentual, o que corresponde a uma redução de 121 mil pessoas nessa condição.

O levantamento mostra também que as desigualdades regionais de gênero, cor e raça persistem: mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens, pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas e as regiões Nordeste e Norte apresentaram uma taxa de analfabetismo bem mais alta e uma média de anos de estudo inferior a das regiões do Centro-Sul do país. Entre os analfabetos, os negros predominam: são 9,1% contra 3,9% dos brancos..

De acordo com a Pnad, quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos, refletindo uma melhora da alfabetização ao longo dos anos. Segundo os números de 2018, eram quase 6 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 18,6% nesse grupo etário.

O estudo chama atenção para o percentual de pessoas com ensino superior completo, que passou de 15,7% em 2017 para 16,5% em 2018. A média de anos de estudos dos brasileiros é de 9,3 anos — um número que vem crescendo, em média, 0,2 ao ano.