Mais da metade dos brasileiros de 25 anos ou mais não conseguiu concluir a educação básica. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018, divulgada nesta quarta-feira,19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostra ainda que o país continua sem cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) para combater o analfabetismo. De acordo com o PNE, o Brasil deveria reduzir para 6,5%, até 2015, o percentual de analfabetos. No ano passado, porém, o número ainda era de 6,8%.
Segundo a Pnad, o Brasil tem 11,3 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Em relação a 2017, houve uma queda de 0,1 ponto percentual, o que corresponde a uma redução de 121 mil pessoas nessa condição.
O levantamento mostra também que as desigualdades regionais de gênero, cor e raça persistem: mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens, pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas e as regiões Nordeste e Norte apresentaram uma taxa de analfabetismo bem mais alta e uma média de anos de estudo inferior a das regiões do Centro-Sul do país. Entre os analfabetos, os negros predominam: são 9,1% contra 3,9% dos brancos..
De acordo com a Pnad, quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos, refletindo uma melhora da alfabetização ao longo dos anos. Segundo os números de 2018, eram quase 6 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 18,6% nesse grupo etário.
O estudo chama atenção para o percentual de pessoas com ensino superior completo, que passou de 15,7% em 2017 para 16,5% em 2018. A média de anos de estudos dos brasileiros é de 9,3 anos — um número que vem crescendo, em média, 0,2 ao ano.