9 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

“Meu Deus não é igual ao de Malafaia”, diz Lula, culpando fake news por afastamento de evangélicos

Presidente também disse em reunião com ministros do governo que Israel da Bíblia não é o mesmo de Netanyahu

O presidente Lula (PT) afirmou ontem (18) em reunião ministerial que o Deus do advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico, não é o mesmo do pastor Silas Malafaia, aliado de Jair Bolsonaro (PL).

Ele culpou ainda as fake news pela dificuldade de aproximação com este segmento do eleitorado. O petista falava sobre as cobranças para melhorar a relação com os evangélicos quando deu a declaração.

Lula diz ser pressionado a se reunir mais com evangélicos e que está disposto a fazer isso o máximo possível. Mas essa aproximação, na visão do petista, não resolve o problema.

Ele culpa essa situação pelo uso político da religião por seus adversários e a disseminação de fake news. O mandatário também comentou, segundo pessoas presentes, que não adianta falar apenas com os líderes religiosos. Segundo ele, é preciso acessar a base dos fiéis.

Lula disse a ter certeza que o Deus dele não é o mesmo do de Malafaia. A fala de Lula foi dada no contexto sobre a necessidade de separar política de religião, segundo aliados do petista.

Malafaia é aliado de primeira hora de Bolsonaro e foi um dos responsáveis por organizar ato na avenida Paulista, no final de fevereiro, para que o ex-presidente demonstrasse apoio popular e se defendesse das acusações de ter tramado um golpe para impedir a posse do petista.

Em outro momento da reunião desta segunda, Lula tratou da guerra que Israel trava com o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. Ele afirmou que Israel como descrito pela Bíblia não é o mesmo do de Benjamin Netanyahu, premiê do país.

O mandatário já havia falado de questões religiosas durante a sua fala de abertura da reunião ministerial, transmitida pelos canais oficiais do governo e por emissoras de televisão. Ele criticou o uso das crenças como um instrumento político e disse que as religiões vêm sendo utilizadas de “maneira vil” no país.