Considerado o pai da Bossa Nova o cantor e compositor João Gilberto morreu hoje, aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro. O músico vinha, há alguns anos, enfrentando problemas de saúde e outros problemas de ordem familiar, que o deixaram recluso. Morreu em casa, segundo informaram os familiares, nas redes sociais.
Baiano, de Juazeiro, nascido em 1931, ele mudou-se para Salvador aos 18 anos de idade, onde tornou-se crooner da Rádio Sociedade. Em 1950, aos 19 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde deslanchou sua carreira musical, tocando ao lado de com ícones como Elizete Cardoso, Tom Jobim e Vinícius de Morais, Gal Costa, entre outros.
Considerado um gênio, tornou-se uma referência, influenciando, com suas composições e sua maneira especial de tocar violão, toda uma gerações de músicos. Entre os clássicos de sua carreira, destacam-se Chega de Saudade (1958), disco considerado o marco inicial da bossa nova, e O amor, o sorriso e a flor (1962).
Projetou-se também no mercado musical internacional, com apresentações em vários países do mundo, conquistando diversos prêmios, entre eles o Grammy, em 1965, com o álbum Getz/Gilberto, em parceria com Stan Getz, no qual se destacou o clássico Garota de Ipanema.
Conhecido por um temperamento difícil, muitas vezes polêmico, ultimamente vivia recluso, possivelmente por força da idade, mas também por algumas situações familiares. Em decorrência de uma ação movida pela filha Bebel, motivada pela idade avançada e pelas dificuldades financeiras que enfrentava, ele estava sob interdição parcial.