4 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

MPF dá prazo de 30 dias para Maceió aplicar indenização recebida pela Braskem

Prefeitura deve apresentar, em até 30 dias, detalhamento das ações que serão realizadas na região do Flexal e adjacências com o valor de R$ 64 milhões

O Ministério Público Federal (MPF) expediu ofício ao Município de Maceió para que apresente, no prazo de até 30 dias, o plano de aplicação dos R$ 64 milhões pagos pela Braskem (BRK) como indenização pelos danos causados à região do Flexal.

O recurso está previsto nos parágrafos 1º e 2º da cláusula oitava do acordo assinado entre a Braskem, MPF, MP/AL, DPU e Prefeitura de Maceió, divulgado na última sexta-feira (4). Do município também foram requisitadas informações detalhadas sobre as tratativas com a BRK para o saneamento básico na região.

Conforme a minuta do acordo celebrado, o Município de Maceió se compromete a direcionar a totalidade deste valor para ações na região do Flexal e adjacências, com o objetivo de realizar medidas adicionais à reurbanização da área, notadamente as obras de contenção de encostas, que visam a evitar novos deslizamentos de terra no local. Além disso, o município obriga-se a prestar contas periodicamente sobre a utilização do recurso.

O ofício foi enviado no âmbito do procedimento de acompanhamento nº 1.11.000.001433/2022-67, instaurado para observar o cumprimento do Termo de Acordo para Implementação de Medidas Socioeconômicas Destinadas à Requalificação da Área do Flexal, em trâmite na 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Alagoas.

Nota

O MPF esclarece que o valor de R$ 64 milhões será depositado em conta judicial, nos autos do processo que homologou o acordo. O plano de aplicação é importante para acompanhamento conjunto dos valores a serem investidos.

Caso Pinheiro

O Ministério Público Federal vem atuando de forma preventiva no caso dos cinco bairros da cidade de Maceió, que enfrentam um colapso no solo – conhecido como subsidência – em razão da exploração de sal-gema em área urbana realizada pela empresa petroquímica Braskem, cuja maior acionista é a Novonor (antiga Odebrecht).

 O fenômeno ficou conhecido como Caso Pinheiro, nome de um dos bairros afetados. A área comprometida, que equivale a 255 campos de futebol, abrange mais de 14 mil imóveis ocupados por 57 mil moradores e comerciantes.

Mapa das áreas de desocupação e monitoramento