Aos que torciam pelas mudanças e “nova política”, a votação na Câmara dos Deputados mostrou que tudo deve continuar na mesma. Apesar da grande renovação, a maior desde a redemocratização, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados.
Ele teve 334 votos e venceu o pleito em primeiro turno. A votação foi secreta, como prevê o Regimento Interno da Casa e garantiu o STF.
Não só isso, como o deputado do Rio conseguiu apoio do maior bloco parlamentar da legislatura iniciada hoje, que conta com 11 partidos e 301 deputados, segundo a Câmara: PSL, PP, PSD, MDB, PR, PRB, DEM, PSDB, PTB, PSC e PMN. Outros seis deputados também foram candidatos, mas nem chegaram perto na quantidade de votos:
- Rodrigo Maia (DEM-RJ) – 334 votos
- Fábio Ramalho (MDB-MG) – 66
- Marcelo Freixo (PSOL-RJ) – 50
- JHC (PSB-AL) – 30
- Marcel Van Hattem (Novo-RS) – 23
- Ricardo Barros (PP-PR) – 4
- General Petterneli (PSL-SP) – 2
Discurso da vitória
Bastante emocionado, Maia falou em modernizar os mecanismos internos da Casa e chorou ao falar do pai, César Maia, que foi deputado constituinte:
“Cada eleição foi uma emoção diferente da outra, mas em todas as três eu me emocionei muito porque fui criado nessa casa quando meu pai era deputado federal Constituinte. A Câmara é a casa do povo, ela precisa de modernização na relação com a sociedade, instrumentos de trabalho, modernizar e simplificar as leis e fazer reforma de modo pactuado”. Rodrigo Maia, deputado federal (DEM-RJ) e reeleito presidente da Câmara.
Bolsonaro
O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, anunciou apoio à reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em troca de espaços no comando da Casa. Maia prometeu a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais prestigiada e disputada da Casa, por onde passam todas as matérias para análise constitucional., ao partido. E ganhou votos.
A negociação envolveu também a promessa de o PSL ficar com a segunda vice-presidência da Câmara e a presidência da Comissão de Finanças e Tributação.
Com isso, Maia desagradou ao menos duas siglas que patrocinaram sua ascensão ao comando da Casa. Ele ignorou pleitos do PP, que reivindicava espaços ofertados ao PSL, e do MDB. Esses vão esperar para ver se a nova estrutura de apoio a Maia para de pé até fevereiro, na eleição.
Em mensagem no twitter, que por provável arrependimento ele já apagou, o presidente admitiu que o apoio a Maia na Câmara seria pela inevitável derrota no Senado, que estaria fechando com Renan Calheiros.
“Já imaginaram um Presidente sem o Senado porque a maioria elegerá tranquilamente Renan Calheiros e sem também a Câmara dos Deputados pois Rodrigo Maia tem a maioria? Algumas pessoas tem que deixar de ser mimadas e entender como se joga.” Jair Bolsonaro, em mensagem apagada no Twitter.