4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

No teste de popularidade, Bolsonaro recebe vaias e aplausos no Maracanã

As vaias foram mais intensas, quando o presidente desceu ao gramado no fim do jogo do Brasil

Na Tribuna de honra do Maracanã, o presidente acenou para torcedores.

O presidente Jair Bolsonaro não cumpriu o plano de descer ao campo de jogo no intervalo da final da Copa América entre Brasil e Peru para fazer uma espécie de “teste de popularidade” de seu governo, mas aceitou o convite para participar da cerimônia de premiação, durante a qual recebeu sonoras vaias e aplausos, tanto na entrada como na saída do gramado do Maracanã. 

Depois de assistir ao jogo ao lado de vários ministros, entre eles Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia), o chefe do Executivo uniu-se ao comitê organizador. Ao contrário do que se esperava, não foi o encarregado de entregar a taça à vitoriosa seleção brasileira. O privilégio foi do presidente da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez.

Quando o placar estava 2 a 0 (depois viria o terceiro gol, de pênalti), o presidente e os principais ministros de seu gabinete abandonaram a tribuna preferencial para que Bolsonaro pudesse chegar a tempo ao encerramento da Copa. A intenção do Palácio do Planalto foi, desde o princípio, aproveitar o jogo para fortalecer a imagem pública do presidente e, também, de Moro, nas últimas semanas alvo de várias denúncias sobre suposta interferência nas ações da Operação Lava-Jato.

No intervalo, Bolsonaro não desceu ao campo e preferiu se aproximar de torcedores que estavam em arquibancadas próximas da tribuna preferencial, tirou fotos e abraçou seguidores. O grupo era pequeno e recebeu o presidente com entusiasmo.

Dois dias antes da partida, Bolsonaro dissera que pretendia entrar em campo na final da Copa e representantes da organização do torneio declararam que se esse fosse o desejo do presidente seria atendido.

— Sobre a presença do presidente (no gramado), eles vão ao campo, isso é normal. No pré-jogo ou no intervalo, isso é normal – declarou Thiago Jannuzzi, gerente de competições do Comitê Organizador Local da Copa América.

Durante todo o jogo, os mais próximos de Bolsonaro em todo momento foram Moro e Guedes, que esta semana enfrentará dias decisivos na Câmara para a aprovação da reforma da Previdência . O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chegou minutos depois de Bolsonaro ao estádio e demorou um certo tempo em entender onde deveria sentar-se.