Na tarde e noite desta segunda-feira, 11, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestou novo depoimento à Polícia Federal, para esclarecer pontos da investigação sobre uma trama para impedir a posse do presidente Lula (PT).
E foi um longo depoimento: Cid chegou à PF para depor pouco antes das 15h e saiu por volta das 0h15 desta terça-feira (12), totalizando cerca de 9 horas de permanência na sede da corporação.
Investigadores esperavam que Cid tratasse de elementos encontrados ao longo da apuração que o militar deixou de fora da delação premiada que firmou em setembro do ano passado.
Contradições e omissões
Além disso, os agentes ameaçaram o ex-ajudante do ex-presidente com a perda de benefícios de sua delação premiada – este novo depoimento teve como objetivo saber se Cid mentiu ou omitiu em sua primeira leva do inquérito.
O tenente-coronel não citou em oitivas anteriores uma reunião ministerial promovida por Bolsonaro em julho de 2022, na qual o ex-presidente insuflou seus ministros a questionar o resultado das eleições.
A Polícia Federal também buscava mais informações sobre uma tratativa entre Cid e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira sobre o pagamento de R$ 100 mil que, na visão da PF, seria usado para custear despesas de manifestantes em Brasília.
Cid chegou a avisar a aliados que responderia a todos os questionamentos dos investigadores para não perder os benefícios da delação, apesar de ter demonstrado insatisfação com o que classifica como “narrativas” criadas pela PF.
Este é o quarto depoimento de Mauro Cid no âmbito da delação premiada que ele firmou com a PF. Ele foi intimado após o ex-comandante do Exército Freire Gomes prestar esclarecimentos por mais de 7 horas para os investigados, no início de março.